Justiça militar nega habeas corpus a acusados de matarem músico com 80 tiros
Crime, que também envolve o assassinato de um catador de lixo, ocorreu no Rio de Janeiro, em abril de 2019
SBT News
O Superior Tribunal Militar (STM) rejeitou, nesta 4ª feira (11.mai), o pedido de habeas corpus feito pela defesa dos oito militares condenados pelo assassinato do músico Evaldo Rosa dos Santos. Ocorrido em abril de 2019, no bairro carioca de Guadalupe, o crime chamou a atenção pelo número de disparos efetuados. Segundo as investigações, o carro em que o artista estava com a família foi atingido por mais de 80 tiros.
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Evaldo não foi a única vítima da ação militar de três anos atrás no Rio de Janeiro. O catador de lixo Luciano Macedo também morreu ao ser atingido por disparos de arma de fogo. Luciano, que estava no local e tentou ajudar a família do músico, chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
Em outubro de 2021, o grupo composto pelos oito militares foi alvo de julgamento que durou mais de 15 horas no STM. Por três votos a dois, o Conselho Especial de Justiça (CPJ) do órgão condenou todos eles. Sete deles receberam pena de 28 anos de reclusão.O tenente Ítalo da Silva Nunes, que foi identificado como o líder da ação e autor da maioria dos disparos, foi condenado a 31 anos e seis meses de prisão.
Responsável pela defesa dos oito militares condenados, a advogada Renata Alves de Azevedo ingressou com pedido de habeas corpus com o intuito de anular o julgamento do ano passado. Ela baseou o pedido pelo fato de, segundo ela, provas que não estavam nos autos do processo terem feito parte da sessão de julgamento.
O ministro Lúcio Mário de Barros Góes foi o relator do processo no STM que terminou por negar o habeas corpus aos condenados pelos assassinatos de Evaldo Rosa dos Santos e Luciano Macedo.