Justiça nega pedido de liberdade a sargento da Marinha que matou vizinho negro
Manutenção da prisão foi motivada para "garantir a ordem pública" e preservar integridade de testemunhas
Primeiro Impacto
A Justiça negou o pedido de liberdade ao sargento da Marinha que atirou e matou um vizinho, negro, quando a vítima chegava em casa em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro. O crime foi registrado em 2.fev.
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A solicitação em favor de Aurélio Alves Bezerra foi negada na 2ª feira (7.mar). A manutenção da prisão foi motivada por manter a garantia da ordem pública e da preservação da integridade física e psicológica de testemunhas do caso, além da garantia da aplicação da lei penal.
Durval Teófilo Filho morreu após ser baleado três vezes. A família da vítima acusa o sargento de racismo. O atirador afirmou, em depoimento, que fez os disparos por acreditar que a vítima fosse um assaltante.
O militar deve ir à júri popular e o caso foi registrado como homicídio doloso, quando há a intenção de matar. Antes, o crime foi configurado como homicídio culposo.
Viúva de homem negro morto por militar afirma que está recebendo ameaças
Em depoimento de 10 de fevereiro, a viúva da vítima disse que está recebendo ameaças. Durante duas horas de depoimento, ela revelou mais detalhes sobre a morte do marido.
"Foram duas ou três ameaças informando de que como ela era mulher, mãe e agora viúva, para que ela não ficasse no local porque as coisas poderiam ficar ruins para ela", afirmou o advogado Luiz Carlos Aguiar.
"Só porque era um preto que estava chegando do trabalho, de chinelo, de bermuda, não teve nenhuma chance de se proteger. Era só ele e Deus. Só quero justiça em nome do meu esposo, Durval, e pela minha filha, porque até hoje ela está esperando o pai levantar do caixão para ir para casa, porque na mente dela o pai está dormindo", desabafou a viúva.
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