Conselho do MP ordena a demissão de Diogo Castor, ex-procurador da Lava Jato
Procurador foi o autor do outdoor "Bem-vindo à República de Curitiba". Ação foi questionada no conselho
Lis Cappi
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) formou maioria e decidiu, nesta 2ª feira (18.out), demitir o procurador da República Diogo Castor de Mattos, que fazia parte da Operação Lava Jato em Curitiba. A decisão se deu pela aquisição de um outdoor em homenagem à força-tarefa, que dizia "Bem-vindo à República de Curitiba".
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No entendimento de 6 dos 5 conselheiros do CNMP, a ação de Diogo Castor foi errada e configura improbidade administrativa. Ao adquirir o outdoor, ele teria financiado publicidade para promover o próprio trabalho.
"É induvidoso que o processado financiou publicidade para promoção da sua atividade como procurador da República, e especialmente como integrante da operação Lava Jato, bem como manteve tal informação oculta. É verdadeiro que em momento seguinte, o requerido confessou o custeio do outdoor", afirmou, na leitura da ação, o conselheiro Silvio Roberto Oliveira de Amorim Júnior.
O outdoor foi instalado em março de 2019 na saída do aeroporto de Curitiba, com os dizeres: "Bem-vindo a República de Curitiba -- Terra da Operação Lava Jato, a investigação que mudou o país -- Aqui a Lei se cumpre. 17 de março - 5 anos de Operação Lava Jato - O Brasil Agradece".
A decisão dos conselheiros será encaminhada ao chefe do Ministério Público do qual Diogo Castor é membro, e a demissão do procurador ainda será ajuizada. Mas a saída de Castor é dada como certa, pela decisão do CNMP.
Decisão do Conselho
A penalidade contra o procurador veio na mesma semana em que mudanças na formação do CNMP estão previstas para serem votadas na Câmara dos Deputados. Entre alguns pontos do projeto está a mudança da composição no Conselho, para mais indicações de deputados e senadores. Uma das causas defendidas entre os apoiadores da ideia é a de que o conselho não aplica punições ao Ministério Público.
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