"Não há repúdio a Augusto Aras", diz presidente da ANPR
Ubiratan Cazetta defende exigência de seguir lista tríplice
O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Ubiratan Cazetta, afirmou em entrevista ao SBT News que, apesar de criticar a recondução de Augusto Aras ao cargo de procurador-geral da República, não vai fazer campanha contra ele e nem se envolver em articulações políticas na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, onde Aras terá de ser sabatinado.
"Não temos nada pessoal contra Aras. Não é protesto e nem repúdio a ele. Temos uma defesa estatutária pela necessidade de a lista tríplice ser seguida para garantir a independência da instituição. Não é fulanizar. Qualquer nome que fosse indicado hoje, que não tivesse passado pela lista tríplice, teria nossa mesma reação", explicou.
Após o presidente Jair Bolsonaro confirmar a indicação de Augusto Aras para mais um mandato no comando da Procuradoria Geral da República, a ANPR divulgou nota na qual lamentou a escolha e concluiu que "o não atendimento da lista enfraquece o anseio pela independência do MPF e fragiliza a posição da instituição no exercício de seu papel".
Ubiratan Cazetta não quis apontar quais devem ser os pontos de questionamento da CCJ a Aras, mas ressaltou confiar no papel do Senado e da população em seus julgamentos políticos.
"Não vamos ser corregedor do procurador da República. A população avalia os atos dele, se concorda ou não. O Senado tem seu próprio filtro. O Senado tem que olhar o contexto, para avaliar se ele tem cumprido seu papel e criticar e elogiar no que tiver que fazer", concluiu.