Dinheiro Sujo: operação mira fraudes na saúde do Distrito Federal
Ex-secretários de saúde forjaram situação de calamidade no DF para contratar empresas de lavanderia
SBT News
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagrou, na manhã desta 6ª feira (4.jun), a operação "Dinheiro Sujo". São 22 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em 4 Estados (SP, MA, PR, SC) contra fraudes na área da saúde.
Segundo o MPDFT, as apurações revelaram que, a despeito da existência de procedimento de contratação regular de lavanderia hospitalar em andamento, os membros do grupo criminoso forjaram situação de calamidade para justificar a dispensa do procedimento licitatório e direcionar a contratação de empresas de lavanderia de hospitais de integrantes do grupo. As falhas teriam ocorrido entre 2013 e 2016, durante as gestões de Agnelo Queiroz (PT) e Rodrigo Rollemberg (PSB) , ex-governadores do Distrito Federal.
A justiça determinou o bloqueio de bens de R$ 54 milhões dos suspeitos, entre eles os ex-secretários de Saúde do DF, Rafael Barbosa e Elias Miziara.
As defesas dos ex-secretários informaram que não tiveram acesso ao autos dos processos da operação de hoje. Os advogados de Rafael Barbosa disseram em nota estranhar as medidas cautelares impostas " Dr. Rafael sequer foi denunciado pelo MPDFT na ação civil pública para apuração de suposto ato de improbidade administrativa relacionado aos fatos noticiados ou, ainda, porque não há efetividade na medida de busca e apreensão realizada 8 anos após os supostos ilícitos, em especial quando o mesmo juízo já deferiu, em outras 4 oportunidades, busca e apreensão em processos distintos, de forma a demonstrar a desarrazoabilidade da adoção de tal medida", afirma Munhoz & Mendes Advogados Associados.
Também em nota, a defesa de Elias Miziara informou que as alegações do Ministério Público não procedem " Miziara já prestou os seus esclarecimentos e a própria decisão judicial mostrou que não tem absolutamente nenhuma responsabilidade pelo que o Ministério Público pretende lhe imputar, muito menos qualquer tipo de relacionamento ilícito com quem quer que seja", afirma.
(atualizada 11h com informações do produtor Pedro Canguçu)