Prigozhin rompe silêncio e diz que motim não queria derrubar Putin
Em áudio, líder do Grupo Wagner afirmou que recuou para não derramar sangue sobre Moscou
O líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, divulgou um áudio nesta 2ª feira (26.jun), alegando que recuou sua marcha para Moscou, na Rússia, para "evitar um derramamento de sangue russo".
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Na declaração de 11 minutos, divulgada no Telegram, o paramilitar também defendeu o motim e afirmou que agiu em resposta a um ataque contra suas forças pelo Ministério da Defesa russo e que nunca teve intenção de derrubar o poder no país.
Esta é a primeira aparição de Prigozhin desde que anunciou no sábado à noite um acordo aparentemente negociado pelo presidente bielorrusso Alexander Lukashenko que acabou com a rebelião armada.
A revolta começou na noite de 6ª (23.jun), quando o grupo paramilitar, que luta na guerra da Ucrânia ao lado da Rússia, iniciou uma rebelião e atacou bases militares russas. Depois, deixou bases no leste da Ucrânia, cruzou a fronteira e tomou o controle de Rostov. Os mercenários ameaçaram marchar para Moscou. Há meses, o grupo vinha tendo desentendimentos com o Ministério da Defesa russo por falta de armas e suprimentos de guerra.
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Prigozhin e seus paramilitares chegaram a aproximadamente 200 km de Moscou, o que gerou uma reação do prefeito da cidade, que pediu que a população ficasse em casa, e uma resposta do presidente russo, Vladimir Putin. Ele classificou como traição a rebelião e afirmou que o desejo do grupo de derrubar o Ministério da Defesa é uma "punhalada nas costas" e que todos os envolvidos nos planos seriam punidos.
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No acordo, supostamente mediado pelo presidente bielorrusso Alexander Lukashen, Prigozhin irá para a Bielorrúsia e não será punido. Ele também deixou o posto de líder do grupo. O paramilitar foi visto pela última vez em um veículo esportivo saindo do distrito militar de Rostov.
No áudio divulgado hoje, Prigozhin não deu detalhes sobre o seu paradeiro e provocou os militares russos, chamando sua marcha de uma "aula magistral" sobre como deveria ter sido realizado a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2024.
Ele também zombou do exército por não proteger o país, apontando falhas de segurança que permitiram o grupo Wagner marchar 780 quilômetros sem enfrentar resistência e bloquear todas as unidades militares em seu caminho.
* Com informações da Associated Press