Chanceler alemão pede que China não envie armas à Rússia
Político afirmou que influência de Pequim deve ser usada para retirada de tropas da Ucrânia
O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, pediu que a China não envie armas à Rússia. Em pronunciamento nesta 5ª feira (2.mar), o político disse estar decepcionado com Pequim, uma vez que, embora tenha auxiliado na desescalada nuclear, o país vem se mostrando neutro em relação à guerra na Ucrânia e continua com laços com Moscou.
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"Minha mensagem para Pequim é clara: use sua influência em Moscou para pedir a retirada das tropas russas. Não entregue nenhuma arma à Rússia agressora", disse Scholz.
A declaração do chanceler acontece em meio ao temor de que a China reforce as relações bilaterais com a Rússia e, consequentemente, acabe enviando armamentos ao país. Apesar de Pequim ter negado a suposição, a comunidade internacional continua demonstrando preocupação em relação ao cenário, que beneficiaria a ofensiva na Ucrânia.
Em fevereiro, a vice-porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, Sabrina Singh, fez um alerta ao governo chinês, dizendo que, em caso de apoio à Rússia, o país enfrentaria possíveis consequências. "Certamente seria um erro da China fornecer ajuda letal à Rússia. Alertamos que haverá consequências", disse.
Outra autoridade que demonstrou preocupação com o cenário foi o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, que disse já estar vendo "alguns sinais" de que Pequim está planejando apoiar Moscou. Segundo ele, a ação seria equivalente a fornecer suporte a uma violação flagrante do direito internacional.
Plano de paz
Apesar das especulações, a China emitiu um documento com 12 pontos para um cessar-fogo na Ucrânia. Nesta semana, o Kremlin afirmou estar analisando o possível acordo promovido pelos "amigos chineses", mas ressaltou que, no momento, não enxerga a suspensão da chamada "operação militar especial".
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Kiev, por sua vez, criticou o plano de paz, alegando que a China não exigiu a retirada das tropas russas do país. "Qualquer plano de paz apenas com cessar-fogo e, como resultado, uma nova linha de delimitação e ocupação contínua do território ucraniano não é sobre a paz, mas sobre o congelamento da guerra", defendeu o governo.