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Após protesto em TV russa, mulher diz ter sido interrogada por 14 horas

Enquanto estava detida, Marina Ovsyannikova não pôde receber aconselhamento jurídico ou ter contato com familiares

Após protesto em TV russa, mulher diz ter sido interrogada por 14 horas
protesto em tv estatal russa
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A jornalista Marina Ovsyannikova, que foi detida após realizar um protesto contra a guerra na Ucrânia, durante a transmissão ao vivo de um programa da TV estatal da Rússia, 'Channel One', contou à imprensa que foi submetida a mais de 14 horas de interrogatório por autoridades russas, sem qualquer aconselhamento jurídico.

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"Foram realmente dias muito difíceis da minha vida. Eu literalmente passei dois dias sem dormir. O interrogatório durou mais de 14 horas, não tive permissão para entrar em contato com meus parentes ou amigos, não tive assistência jurídica. Então, estou em uma posição bastante difícil", relatou a editora aos repórteres após a audiência no tribunal de justiça russo.

Mais cedo, o advogado da jornalista, Dmitry Zakhvatov, havia informado, em entrevista à CNN, que sua cliente estava desaparecida. Horas depois, Zakhvatov declarou tê-la encontrado no tribunal de Moscou.

Ovsyannikova foi acusada de "infração administrativa" ao "se manifestar sem autorização do governo russo" e, por essa infração, condenada a pagar uma multa de 30 mil rublos, o equivalente a quase R$ 1,4 mil.

Segundo a agência de notícias russa TASS, o caso também está sendo apurado pelo "Comitê Investigativo", uma das principais forças policiais da Rússia, que irá determinar se o protesto configurou "disseminação pública de informações deliberadamente falsas contra o uso das Forças Armadas russas". Recentemente, o governo Vladimir Putin emitiu um decreto que enquadra declarações públicas contrárias à guerra como crime, cuja pena prevista é de até 15 anos de prisão.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou o ato de Ovsyannikova como vandalismo e enfatizou que as autoridades competente s já estão lidando com o caso. "No que diz respeito a essa senhora, isso é vandalismo. O canal e os responsáveis estão lidando com isso", acrescentou Peskov. "Não é uma questão na agenda [do governo russo]".

O presidente da França, Emmanuel Macron, também comentou, nesta 3ª feira, sobre o protesto da jornalista, que repercutiu ao redor do mundo, e disse estar disposto a oferecer "proteção consular" a Ovsyannikova. "Vamos iniciar medidas para oferecer proteção a ela, na embaixada, ou de asilo", declarou Macron à imprensa, garantindo que irá conversar sobre o caso com Vladimir Putin, em uma próxima ligação.


Entenda o caso

Marina Ovsyannikova invadiu, na última 2ª feira (14.mar), o estúdio de um programa ao vivo do 'Channel One'', gritando as palavras de ordem "Parem com a guerra! Não à guerra!" e segurando um cartaz com as bandeiras da Rússia e da Ucrânia e as frases: "Pare a guerra! Não acredita na propaganda, eles estão mentindo para você", referindo-se à versão distorcida dos acontecimentos em território ucraniano, apresentada pelo governo de Vladimir Putin.

Antes do ato, a funcionária, que foi identificada como Marina Ovsyannikova, gravou uma mensagem na qual diz ter vergonha de ser funcionária, há tantos anos, do 'Channel One'. "O que está acontecendo na Ucrânia é um crime e a Rússia é a agressora", disse a editora, acrescentando que é filha de pai ucraniano.

Marina Ovsyannikova também criticou a forma como a população tem aceitado ações autoritárias do governo russo. "Nós não protestamos quando o Kremlin envenenou Alexei Navalny. Nós, silenciosamente, observamos esse regime desumano. Agora, o mundo inteiro virou as costas para nós, e nem dez gerações de nossos descendentes vão limpar essa guerra entre irmãos", concluiu.

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