Pílula contra covid da Pfizer será vendida mais barata para países pobres
Medicamento pode alterar o curso da pandemia ao prevenir sintomas graves causados pela doença
A farmacêutica Pfizer anunciou, nesta 3ª feira (16.nov), que irá cobrar mais barato na venda da pílula contra covid-19 para países mais pobres. O tratamento combinado, que terá o nome comercial Paxlovid, consiste em três comprimidos administrados duas vezes por dia e tem como objetivo evitar hospitalizações.
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O acordo, que beneficiará cerca de 95 países, segue medidas semelhantes negociadas pela farmacêutica Merck Sharp and Dohme (MSD) no mês passado, que apresentou o medicamento molnupiravir para combater a doença. Juntos, os contratos têm o potencial de expandir amplamente a produção global de pílulas antivirais, que podem alterar o curso da pandemia ao prevenir doenças graves causadas pelo novo coronavírus.
"O fato de agora termos duas licenças de fabricante em qualquer lugar para esses dois medicamentos é uma grande mudança e traça um grande contraste com o licenciamento restritivo até agora para vacinas", disse James Love, líder da organização Knowledge Ecology International, que pesquisa acesso a produtos médicos.
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Pelo acordo, a Pfizer concederá uma licença livre de royalties -- quantia paga ao proprietário pelo direito de uso -- para a pílula ao Medicines Patent Pool, uma organização sem fins lucrativos apoiada pelas Nações Unidas. Esse procedimento fará com que os demais fabricantes obtenham uma sublicença para a fórmula do medicamento e o vendam para os países mais pobres, principalmente na África e Ásia. A obtenção dos antivirais, no entanto, depende da autorização dos órgãos reguladores locais.
Apesar das medidas anunciadas, o texto não engloba países subdesenvolvidos que foram duramente atingidos pela pandemia, como Brasil, Cuba, Iraque, Líbia e Jamaica, que terão que comprar os comprimidos diretamente da Pfizer a preços mais elevados em comparação com os fabricantes de genéricos.