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Tristeza e revolta após morte de segurança por empresário

"Fiz porque quis", teria dito suspeito preso ao organizador da festa

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Edson Carlos Ribeiro, segurança morto por empresário em festa em Divinópolis (MG)
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Uma vida tirada por uma banalidade e uma família devastada. "Ainda não caiu a ficha, eu esperava meu marido todo dia de manhã. E chega a notícia... Ver ele no caixão...", diz Ana Paula Silva Ribeiro, viúva do segurança Edson Carlos, de 42 anos, covardemente assassinado em uma festa em Divinópolis (MG), na noite de sábado (25.set).

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O segurança foi agredido durante um evento particular no Parque de Exposições da cidade mineira. O suspeito, o empresário Pedro Henrique Lacerda, de 32 anos, teve a prisão preventiva decretada por lesão corporal seguida de morte.

Testemunhas ouvidas pela polícia confirmaram que Lacerda não tinha acesso permitido ao camarote da festa. Quando foi impedido pelo segurança, irritou-se, agrediu e matou a vítima. Edson Carlos foi atingido com um soco, munido de um soco-inglês.

A vítima foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. O empresário foi preso em flagrante pela Polícia Militar. Aos investigadores, negou as agressões e confirmou que teria autorização, por parte dos responsáveis pelo evento, para acessar o setor de camarote. 

Diante do caso e com a revolta da população, a porta da empresa do suspeito foi pichada com a palavra "assassino". No domingo (26.set), dia do sepultamento do segurança, movimentos e entidades negras protestaram e pediram justiça ao caso.

Edson Carlos, um homem negro, trabalhava como segurança para complementar a renda, sendo a única fonte de renda da família. Ele morava com a companheira e a filha de 12 anos em uma casa alugada. Segundo a PM, Pedro Lacerda, um homem branco, tem passagens por embriaguez ao volante. O organizador do evento, em depoimento, afirmou que quando questionou o empresário sobre o motivo da agressão, ele teria dito: "fiz porque quis". 

De acordo com a Polícia Civil, não chegou aos investigadores se houve "qualquer ofensa racista, que guarde relação com o crime de racismo". Segundo o Atlas da Violência 2021, a chance de um negro ser assassinado no Brasil é 2,6 vezes maior do que a soma de brancos, amarelos e indígenas. Ainda segundo o Atlas, 75,7% das vítimas de homicídio são negras. 54% da população brasileira é preta ou parda.

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