Brasil é foco de mutações do novo coronavírus, diz estudo
Pesquisa mostra que motivo foi falta de isolamento social durante pandemia
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Pesquisa realizada por cientistas brasileiros revela que as restrições sociais não aplicadas de forma correta levaram ao aumento da circulação do novo coronavírus no Brasil, tornando o país foco de mutações de SARS-CoV-2.
Na América do Sul, Brasil e Chile apresentam taxas de mutação semelhantes às da África do Sul e Índia. O estudo foi publicado em artigo científico divulgado na 6ª feira (10.set) no periódico Viruses e avaliou a distribuição das mutações nas cinco regiões brasileiras no período de março de 2020 e junho de 2021. Os tipos de SARS-Cov-2 brasileiros foram distribuídos em nove classificações diferentes. Os agrupamentos incluem um ancestral comum e todos os seus descendentes vivos ou extintos.
"Como o SARS-CoV-2 continua a circular na população humana após mais de um ano de pandemia, é natural observar diferenças genéticas entre as cepas do amostradas em vários locais. Esta análise preliminar e crucial dos genomas brasileiros do SARS-CoV-2 mostra um aumento no número de mutações", afirma o estudo.
No Brasil, uma nova linhagem do vírus foi encontrada a cada 278 amostras coletadas, enquanto na Europa a proporção foi de uma a cada 1046 amostras.
"Mutações virais são eventos probabilísticos devido à transmissão aleatória de um vírus entre pessoas infectadas. A carga viral é variável e depende de fatores como o curso de infecção e imunidade do hospedeiro. Alguns indivíduos são 'super espalhadores', o que significa que as variáveis comportamentais e ambientais são relevantes para a infecciosidade, aumentando o sucesso da transmissão", explica.
A variante delta do novo coronavírus representa 70% dos casos de covid-19 registrados na cidade de São Paulo. Já a variante gama é responsável por 28,4% das infecções na capital.
Um estudo da Agência Europeia de Medicamentos divulgado na 5ª feira (9.set) apontou a existência de uma nova variante do coronavírus B.1.621, denominada "Mu", que é potencialmente preocupante. A cepa foi identificada originalmente na Colômbia em janeiro deste ano e é classificada como "variante de interesse" pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esta é a quinta variante de interesse do novo coronavírus já identificada pelos cientistas da OMS. As outras detectadas foram: Eta, Iota, Kappa e Lambda. Já as atuais variantes de preocupação são: Alfa, Beta, Gama e Delta.