Tecnologia pode substituir 53,6 mil servidores até 2030
Pesquisa do Enap analisa a automação de postos de trabalho
A tecnologia poderá substituir 53,6 mil servidores públicos até 2030, segundo uma pesquisa da Escola Nacional de Administação Pública (Enap) que fez um levantamento das atividades mais propensas a serem substituídas por máquinas.
O estudo comparou a probabilidade de automação dos cerca de 520 mil servidores federais e cruzou os dados com a expectativa de aposentadorias até a década de 2050. Foi apontado, ainda, que a tendência de automação é proporcional ao tempo: em 2040, 68,2 mil servidores que se aposentarão poderão ter as atividades substituídas por máquinas, o total chegará a 92,3 mil em 2050.
Das 389 ocupações públicas diferentes, a pesquisa levantou 96 mais suscetíveis à automação, o que representam 104.670 servidores federais. Os maiores contingentes são assistente administrativo (73.208 servidores), auxiliar de escritório (8.022) e datilógrafo (4.559).As funções de menor risco exigem maior escolaridade e especialização e relacionadas ao cuidado com o ser humano, como pesquisador, gerentes de seviços de saúde, perito criminal, dentre outras.
A pesquisa analisou servidores civis ativos, de acordo com seu vínculo principal, que trabalhavam 40 horas semanais ou mais em dezembro de 2017. Com esse filtro, foram analisadas as informações de 521.701 servidores de um total de 627.284 pessoas que compõem o serviço público federal. Além dos dados do Sistema Integrado de Administração de Pessoal (Siape) de 2017, a pesquisa baseou-se na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO-2002) e na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), de responsabilidade do Ministério da Economia.
A análise foi conduzida por Leonardo Monasterio, coordenador-geral de Ciências de Dados da Enap, e por Willian Adamczyk e Adelar Fochezatto, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.