Zelensky alerta para atentado russo contra usina nuclear de Zaporizhzhia
Equipes de inteligência apontaram para instalação de objetos semelhantes a explosivos no local
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou a acusar a Rússia de planejar um ataque terrorista contra a usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul do país. Em publicação nas redes sociais, o líder confirmou as informações dadas anteriormente pelas equipes de Inteligência e de Segurança, dizendo que há novas evidências sobre o plano.
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"As tropas russas colocaram objetos semelhantes a explosivos no telhado de várias unidades de energia da usina de Zaporizhzhia. Talvez para simular um ataque à planta. Talvez eles tenham algum outro cenário. Mas, de qualquer forma, o mundo vê que a única fonte de perigo para a usina é a Rússia e mais ninguém", disse Zelensky.
Para o presidente ucraniano, o plano russo é resultado da fraca resposta dada pelo Ocidente em relação ao ataque à central hidroelétrica de Kakhovka, em junho, que resultou no rompimento de uma barragem, deixando milhares de pessoas desabrigadas. Na mensagem, ele diz que o cenário pode ter incitado o Kremlin a cometer novos ataques.
"A radiação é uma ameaça para todos no mundo, e a central nuclear de Zaporizhzhia deve ser totalmente protegida de quaisquer incidentes de radiação. Diferentes países têm suas próprias inteligências e outras capacidades para saber exatamente o que está acontecendo e quem é o culpado", afirmou Zelensky.
A preocupação com a segurança da usina de Zaporizhzhia vem desde o começo da invasão russa na Ucrânia, quando mísseis quase atingiram a instalação nuclear. Desde maio, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) vem aumentando os pedidos para que seja instalada uma zona de proteção ao entorno da usina - hoje ocupada por russos.
Isso porque, além da falta de especialistas, a infraestrutura continua enfrentando quedas constantes de energia, forçando os geradores de emergência. O último episódio foi registrado na manhã de 3ª feira (4.jul).
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"Desta vez, a usina evitou uma perda completa de toda a energia externa - o que aconteceu sete vezes anteriormente durante o conflito -, mas o último corte de linha de energia demonstra novamente a precária situação de segurança nuclear na usina", alertou o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.