Região separatista da Ucrânia condena britânicos e marroquino à pena de morte
Os três lutavam ao lado da Ucrânia e devem enfrentar um pelotão de fuzilamento
Dois cidadãos britânicos e um marroquino foram condenados, nesta 5ªfeira (9.jun), à pena de morte pela Suprema Corte da autoproclamada República Popular de Donetsk, região separatista no leste da Ucrânia apoiada pela Rússia.
Os três lutavam ao lado de tropas ucranianas e foram considerados culpados de trabalhar "para uma violenta derrubada do poder", um crime punível com a morte na república não reconhecida. Eles também foram condenados por atividades mercenárias e terrorismo.
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A agência de notícias RIA Novosti informou que os três -- Aiden Aslin, Shaun Pinner e Saaudun Brahim -- devem enfrentar um pelotão de fuzilamento. Os separatistas alegam que os combatentes são "mercenários" e, portanto, não têm direito às proteções usuais oferecidas aos prisioneiros de guerra.
Em resposta, as famílias de Aslin e Pinner disseram que os homens, que vivem na Ucrânia desde 2018, eram integrantes "de longa data" das forças armadas ucranianas. Eles se renderam às forças pró-russas no porto sulista de Mariupol em meados de abril, enquanto Brahim o fez em meados de março na cidade oriental de Volnovakha.
O governo britânico se pronunciou sobre as condenações e disse estar "profundamente preocupado". O porta-voz do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, Jamie Davies, disse que, sob as Convenções de Genebra, os prisioneiros de guerra têm direito a imunidade de combate e "não devem ser explorados para fins políticos".
"Continuaremos a trabalhar com as autoridades ucranianas para garantir a libertação de quaisquer cidadãos britânicos que serviam nas forças armadas ucranianas e estão sendo mantidos como prisioneiros de guerra", afirmou.
Os militares russos argumentaram que os mercenários estrangeiros que lutam ao lado da Ucrânia não são combatentes e devem enfrentar condenações duras. Os condenados têm um mês para recorrer da decisão. Enquanto isso, outro combatente britânico capturado pelas forças pró-Rússia, Andrew Hill, aguarda julgamento.