"Não podemos aceitar um neocolonialismo verde", diz Lula na Cúpula do Brics
Presidente discursou na abertura do evento e falou ainda da relação do Brasil com a África do Sul
Emanuelle Menezes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta 3ª feira (22.ago), que os países em desenvolvimento que tem a responsabilidade de cuidar das florestas não devem aceitar um "neocolonialismo verde". A fala aconteceu durante a abertura da 15ª Cúpula do Brics, em Joanesburgo, África do Sul.
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"Não podemos aceitar um neocolonialismo verde que impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias, sob o pretexto de proteger o meio ambiente", disse ele.
A crítica parece ser dirigida à União Europeia, que impôs uma série de condições relacionadas a questão ambiental para assinar o acordo comercial com o Mercosul, que acabou travado.
"A África é a região do mundo que menos emite gases do efeito estufa. Nem por isso deixa de enfrentar as consequências mais perversas do aquecimento global, como secas, inundações, incêndios e ciclones. O Brasil e vários países africanos possuem planos abrangentes de renovação de suas matrizes energéticas", declarou Lula.
Relação com a África
"É inaceitável que, em 2022, o comércio do Brasil com a África tenha diminuído em um terço com relação a 2013, quando era de quase 30 bilhões de dólares. O fluxo comercial com a África ainda corresponde a apenas 3.5% do comércio exterior do Brasil", criticou o presidente brasileiro.
Falando da relação com o continente africano, Lula destacou que além do passado - fazendo referência ao período da escravidão - uma "visão comum de futuro" os unem com o Brasil.
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