Bolsonaro: envio de argentinos seria "oneroso" e poderia atrapalhar
Presidente rebateu críticas sobre recusa do Itamaraty em receber apoio às vítimas das chuvas na Bahia
O presidente Jair Bolsonaro (PL) rebateu, nesta 5ª feira (30.dez), as críticas recebidas pela negativa do governo à oferta de ajuda da Argentina às vítimas das chuvas na Bahia. Segundo o presidente, o envio dos chamados "Capacetes brancos" seria "oneroso" e "talvez até atrapalhasse um pouco".
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"Toda ajuda é bem-vinda, jamais abriremos mão de ajuda. Agora, que ajuda é essa? Oferecimento de dez homens, conhecidos como 'Capacetes brancos'. Que ação vão fazer na Bahia? Ação de almoxarife: separar material, donativos, ajudar na distribuição de água... Para nós, ter um local específico para botar dez pessoas fica caro e nós temos gente suficiente das Forças Armadas, do Corpo de Bombeiros Militar, entre outras instituições", afirmou durante a live que faz semanalmente nas redes sociais.
Bolsonaro também comentou o apoio recebido de Israel -- à época comandando por seu aliado Benjamin Netanyahu -- na tragédia de Brumadinho (MG), em 2019. Segundo o presidente, "o grupo de israelenses tinha a expertise de buscar corpos de vítimas de terremotos" e "colaborou de certa maneira", embora não tenha alcançado "o sucesso esperado", já que o acidente na cidade mineira não se tratava de um terremoto.
A Argentina se ofereceu para enviar ao país profissionais especializados nas áreas de água, saneamento, logística e apoio psicossocial para socorrer moradores das regiões atingidas pelas fortes chuvas. No entanto, a ajuda foi recusada pelo Itamaraty.
A oferta de ajuda pelo governo argentino provocou uma disputa política no Brasil. Enquanto o Itamaraty recusou o apoio, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), declarou que o aceitaria independentemente da posição do governo federal. Durante a live desta 5ª, Bolsonaro se irritou por receber telefonemas. Dois deles -- segundo um de seus auxiliares -- foram do ministro das Relações Exteriores, Carlos França (os demais foram de Milton Ribeiro, da Educação). Ao fim da transmissão, o presidente afirmou que França queria informar que conversou com o chanceler da Argentina e que os dois teriam combinado que toda ajuda à Bahia seria "prestada via governo federal".