Filiação de Bolsonaro ao PL mira em reeleição e reforço na bancada
Após dois anos sem partido, presidente decidiu voltar às origens e filiar-se a um partido do Centrão
Gabriela Vinhal
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vai se filiar ao PL nesta 3ª feira (30.nov), em uma cerimônia em Brasília, que será realizada no Complexo Brasil 21. O partido é o terceiro com mais representantes na Câmara - e o primeiro entre siglas do Centrão, com 43 deputados - atrás apenas do PT, com 54, e o PSL, com 53. Mas a ida do chefe do Executivo promete levar consigo outros nomes apoiadores do presidente à sigla, como o clã Bolsonaro, parlamentares aliados e ministros.
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A cerimônia que confirmará Bolsonaro no PL ocorrerá justamente no Dia do Evangélico, celebrado em Brasília. Por isso, segundo aliados do governo, o objetivo é que a solenidade tenha um viés religioso e que Bolsonaro discurse ao lado de lideranças religiosas. Esse é um dos principais grupos de apoio ao presidente, decisivo para sua eleição em 2018.
A filiação, que seria no último dia 22 para fazer um contraponto com o número da legenda nas urnas, foi adiada após impasse nas negociações do presidente Valdemar Costa Neto com outros partidos, que lançariam adversários de Bolsonaro nos estados. O presidente da República tenta a reeleição ao Palácio do Planalto, enquanto Costa Neto mira em ampliar reforço nas bancadas para 2023.
Com a confirmação da ida de Bolsonaro à sigla, os filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e senador Flavio Bolsonaro (Patriota-RJ), devem migrar para a legenda, além dos parlamentares bolsonaristas que esperam a janela partidária para migrar ao PL, como os deputados do PSL: Hélio Negão (RJ), Major Vitor Hugo (GO), Bia Kicis (DF) e Carla Zambelli (SP). Há, ainda, ao menos outros 20 congressistas que desejam dividir o palanque com o presidente.
Já os ministros de Bolsonaro se dividirão entre o PL, o PP e o Republicanos - principais siglas do Centrão que compõem a base aliada do governo no Congresso Nacional. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, vai assinar sua ida ao mesmo partido do presidente, assim como o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni. Já a ministra de Agricultura,Tereza Cristina, e das Comunicações, Fábio Faria, devem se filiar ao PP.