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Vídeos de Bolsonaro são derrubados pelo YouTube, mas canal não; entenda

Plataforma removeu publicações que defendiam o uso de medicamentos sem eficácia científica contra a covid-19

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Jair Bolsonaro
• Atualizado em
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O YouTube confirmou ter removido 12 vídeos do canal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que abordavam assuntos relacionados ao uso de medicamentos sem comprovação científica contra a covid-19. De acordo com a plataforma, o conteúdo das publicações violava as regras da política de uso da rede, que proíbe a recomendação de cloroquina e ivermectina no tratamento à doença. Apesar das recentes penalidades, o canal do chefe do Executivo nacional não foi retirado do ar. 

Saiba mais

YouTube exclui vídeos de Bolsonaro sobre tratamento ineficaz

De acordo com o YouTube, a política de uso da plataforma foi atualizada na terceira semana de abril e, a partir desse período, foi estabelecido um prazo para que os criadores de conteúdo pudessem se enquadrar nas novas regras. Com a mudança nas diretrizes da plataforma, vídeos que apresentem "sérios riscos de danos significativos" não são toleráveis, assim como não é permitido o envio de produções que disseminem "informações médicas incorretas e que contrariem as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) ou das autoridades locais de saúde sobre a covid-19". 

Por telefone, a assessoria da empresa informou ao SBT News que a conduta adotada faz parte dos procedimentos padrões. "Sempre que tem uma atualização da política é estabelecido um período de carência, por assim dizer, que é para o criador se adaptar. Caso contrário, ele vai receber diversas punições", explicou. Sendo assim, os vídeos removidos -- e que foram publicados antes da atualização -- não geram punições ao canal.

Lista de vídeos removidos pode aumentar 

Ainda de acordo com o YouTube, o número de vídeos removidos do canal do presidente pode aumentar, uma vez que a plataforma permanece analisando o conteúdo das publicações compartilhadas na rede. "Os vídeos continuam passando por uma revisão. Com a atualização da política, acontece um trabalho de revisão que não é automática, porque o YouTube tem máquinas, mas também utiliza a inteligência humana para minimizar possíveis erros na hora da remoção." 

Em abril, quatro vídeos oriundos das lives semanais -- realizadas às quintas-feiras -- foram retirados do ar no canal de Bolsonaro. À época, o presidente não se manifestou a respeito da decisão da plataforma, contudo, durante as últimas transmissões, o mandatário evitou citar nominalmente os medicamentos. "Aquele negócio que o pessoal usa contra a malária, eu usei lá atrás e, no dia seguinte, estava bom. E vou dizer mais: há poucos dias eu estava me sentindo mal e antes de procurar um médico, olha só esse exemplo, eu tomei de novo aquele remédio", disse. 

Vídeo publicado em 14 de janeiro no canal do presidente foi removido em abril  | Reprodução/YouTube

O que dizem as diretrizes do YouTube

A plataforma afirma que não é permitido o envio de conteúdo que dissemine informações médicas incorretas a respeito dos seguintes temas:

  • Tratamento 
  • Prevenção
  • Diagnóstico
  • Transmissão
  • Diretrizes sobre distanciamento social e autoisolamento
  • A existência da covid-19

Após três violações da política de uso, o canal poderá ser encerrado. 

Confira a nota oficial do YouTube:

"Como parte de nosso trabalho contínuo para apoiar a saúde e o bem-estar da comunidade de usuários do YouTube, em abril expandimos nossas políticas de desinformação médica sobre a COVID-19. A menos que haja contexto educacional, documental, científico ou artístico suficiente, a plataforma passará a remover vídeos que recomendam o uso de Ivermectina ou Hidroxicloroquina para o tratamento ou prevenção da COVID-19, fora dos ensaios clínicos, ou que afirmam que essas substâncias são eficazes e seguras no tratamento ou prevenção da doença. A atualização está alinhada às orientações atuais das autoridades de saúde globais sobre a eficácia dessas substâncias. Desde o início da pandemia, o YouTube já removeu mais de 850 mil vídeos por violarem as políticas de conteúdo da plataforma sobre o coronavírus." 

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