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Ao menos 10 derrotados nas urnas tentam espaço no governo Lula

Parte deles já começa a atuar na transição, mas não necessariamente terão nomes confirmados em 2023

Ao menos 10 derrotados nas urnas tentam espaço no governo Lula
Ao menos 10 derrotados nas urnas atuam no governo de transição de Lula
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"Queria dizer que os perdedores vão ter o direito de escrever e participar deste processo de transição e desta governança", disse o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a parlamentares em sua primeira visita ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do gabinete de transição. Por trás do aceno do petista aos derrotados nas urnas, um cenário: ao menos 10 candidatos que perderam a disputa eleitoral tentam espaço no novo governo. Parte deles já começa a atuar no processo de transição. 

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Fernando Haddad (PT), por exemplo, foi candidato ao governo de São Paulo, mas perdeu para Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), ex-ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro (PL). O petista, que teve 44% dos votos válidos no estado contra 55% do adversário, não integra, oficialmente, a lista de nomes da equipe de transição. No entanto, é cotado para chefiar uma das pastas na Esplanada dos Ministérios. 

"Quantas vezes eu chorava porque achava que meu discurso era o mais correto, a minha proposta era a mais correta", relembrou Lula na 5ª feira (10.nov). "Estou vendo aqui a cara de companheiros que ganharam as eleições e a cara de companheiros que perderam as eleições. Quero dizer para vocês que o fato de alguém ter perdido a eleição não significa que alguém é menor do que quem ganhou", ressaltou. 

Na 4ª feira (9.nov), Haddad, que foi já ministro da Educação durante o governo Lula, também se reuniu com especialistas para discutir o processo de transição no Ministério da Educação (MEC). 

Outro candidato que sofreu derrota nas urnas para um ex-ministro de Bolsonaro foi Márcio França (PSB). Ele disputou uma vaga no Senado em São Paulo, mas perdeu para o astronauta Marcos Pontes (PL). Assim como Haddad, França é cotado para assumir um dos ministérios de Lula, além de ser um dos representantes de sua sigla na equipe de transição. 

Há ainda o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que é bem quisto por Lula, mas perdeu tração quando seu candidato, Danilo Cabral (PSB), não venceu as eleições para ser o novo governador do estado. Somado a isso, Lula queria que Paulo fosse para o Senado, já que a ideia inicial do petista era indicar, em seu governo, ex-governadores eleitos senadores com experiência administrativa. Assim, o nome de Câmara ainda é cotado para assumir um cargo na Esplanada, mas deixou de ser um dos principais dentro do PSB. 

Já o deputado federal Alessandro Molon (PSB) se candidatou ao Senado no Rio de Janeiro, mas perdeu para o candidato do PL, Romário. Molon, apesar de não ter seu nome na equipe de transição, foi um dos que marcaram presença na reunião de Lula com as bancadas de partidos aliados, no CCBB.

Marcelo Freixo (PSB) foi candidato a governador do Rio de Janeiro, mas perdeu no primeiro turno, com 27,43% dos votos válidos. Quem levou a disputa no estado e conquistou a reeleição foi o governador Cláudio Castro (PL), aliado do presidente Bolsonaro (PL). Apesar da derrota, Freixo pode ainda ser cotado para assumir um cargo no governo eleito. Na 3ª feira (8.nov), ele usou as redes sociais para comentar a PEC da Transição, que viabilizaria a continuidade do pagamento dos  R$ 600 do Auxílio Brasil em 2023. O projeto, hoje, está no centro da discussão política e é considerado a prioridade da equipe de transição.

Do PSD, de Gilberto Kassab, há o deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM), que não foi reeleito em seu estado. Na transição, integra o grupo que discutirá as políticas de indústria e comércio. 

A representante do PCdoB no Conselho de Partidos, Luciana Santos, foi candidata a vice-governadora na chapa de Danilo Cabral (PSB), em Pernambuco. Os dois perderam a disputa ainda no primeiro turno, com 18,06% dos votos válidos.

Além de Fernando Haddad, dois outros nomes do PT sofreram derrota nas urnas e integram o governo de transição. André Ceciliano, que disputou uma vaga no Senado pelo Rio, faz parte do grupo temático da indústria, comércio e serviços. Já André Quintão, que integra a área de assistência social, foi candidato a vice-governador de Minas Gerais na chapa de Alexandre Kalil (PSD), no entanto, os dois perderam para a chapa de Romeu Zema (Novo). 

Outro nome de peso é o do sociólogo Floriano Pesaro, ex-tucano e hoje do PSB, coordenador-executivo da transição. Ele tentou se reeleger como deputado por São Paulo em 2018, sem sucesso.

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