Ex-presidente José Sarney declara voto em Lula "pela democracia"

Em carta intitulada "Voto pela Democracia", publicada noite de 2ª feira (25.out), o ex-presidente da República José Sarney declarou voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no 2º turno das eleições. 

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Primeiro presidente do Brasil após o fim da ditadura militar, Sarney comparou o momento atual ao da época de sua eleição, quando o que estava em jogo era o "Estado Democrático de Direito, o futuro da Nação". Sarney, que também foi governador do Maranhão e senador, criticou o ataque sistemático ao Supremo Tribunal Federal, do qual afirmou ser o "guardião da Constituição" e "ponto de equilíbrio do nosso sistema político".

"Estamos, neste momento, numa situação que tem desafios semelhantes. Disfunções dos Poderes aconteceram de tempos em tempos, mas raras vezes se viu o ataque sistemático do Executivo contra o Judiciário.", afirmou na carta, em que também compara Bolsonaro a outros líderes de extrema-direita, como Trump e Putin.

"Uma de suas marcas (deles) é a proliferação das fake news. Outras a xenofobia, o racismo, a divisão da sociedade. Assim se hostiliza, agora, os nordestinos, os pobres, como se fossem brasileiros inferiores. Isso atenta contra todos os princípios democráticos e até éticos. É a guerra contra a democracia, o demos, o povo.", disse.

Sarney continua a carta afirmando que o pleito de domingo (30.out) decidirá o destino do Brasil e que o voto em Bolsonaro "é voto contra as instituições, que terá como consequência anos de autocracia, um regime de força, construído na mentira sistemática e no abuso do poder". E afirma seu voto no também ex-presidente do Brasil e candidato, Luiz Inácio Lula da Silva.

"O voto em Lula -- que já tem seu lugar na História do Brasil como quem levou o povo ao poder e como responsável por dois excelentes governos -- é voto pela democracia, pela volta ao regime de alternância de poder, pela busca do Estado de Bem-Estar Social. A diferença é clara", finaliza.