Lula critica alteração no STF e fala em "tentativa de destruir instituições"
Candidato petista se reuniu com políticos, intelectuais e representantes de movimentos sociais
Rafaela Vivas
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência pelo PT, se reuniu nesta 2ª feira (10.out), em São Paulo, com políticos, intelectuais e representantes de movimentos sociais organizados. O grupo manifestou apoio ao petista e articulou ideias para áreas ligadas à economia verde, inovação, energia, saúde e educação.
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Lula agradeceu o apoio e, seguindo a marca da primeira semana da campanha eleitoral para o segundo turno, subiu o tom contra seu adversário, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Defendeu a democracia e criticou as declarações do mandatário e seus apoiadores sobre um eventual aumento de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Eu perdi duas eleições pro Fernando Henrique Cardoso e ia para casa chorar, lambia a minha ferida, como dizia Brizola, e voltava quatro anos depois, mas esse cidadão é anormal, o comportamento dele é anormal", afirmou, em referência a Bolsonaro. "E ele pensa no Brasil para ele. As Forças Armadas é [sic] dele, a Suprema Corte é dele, o Congresso é dele, o país é dele", disse Lula.
O candidato defendeu que os pilares de sua eventual gestão serão: estabilidade, credibilidade e previsibilidade. Repetiu que pretende acabar com a fome e recuperar o poder de geração de emprego no país. Afirmou que aceitou ser candidato neste ano porque o Brasil "está precisando de alguém que tenha credibilidade com o povo brasileiro" e respeito no cenário internacional.
Lula avaliou que, se eleito, terá mais desafios para colocar o país na rota do que os enfrentados quando foi presidente pela primeira vez, em 2002. Disse que, no Brasil atual, além da retomada da economia e dos ajustes em outras áreas, precisará "resgatar a credibilidade das instituições".
"Hoje tem uma coisa mais grave que é a falta de credibilidade nas instituições. É a tentativa de destruir as instituições que garantem a democratização desse país. Um cidadão que está prometendo aumentar o número de membros da Suprema Corte com a perspectiva de fazer uma Suprema Corte favorável a ele?", indagou, referindo-se ao candidato do PL.
Lula lembrou que, durante seus dois mandatos, indicou seis ministros para ocupar o STF e garantiu que manteve a isenção em suas escolhas.
"E eu tive a sorte de indicar seis ministros da Suprema Corte e não indiquei nenhum amigo, os que eu indiquei foram por currículo e nunca pedi um favor, porque eles não foram indicados para me ajudar, foram indicados para cumprir o papel da Suprema Corte como está na Constituição", afirmou o petista.
Nesta semana o candidato do PT deve seguir com foco no Sudeste. No domingo (9.out), Lula cumpriu agenda em Belo Horizonte. Nesta 3ª feira (11.out), estará no Rio de Janeiro, com atos na Baixada Fluminense e em comunidades como a Rocinha e o Complexo do Alemão. Na 4ª feira (12.out), migra para o Nordeste e estará na Bahia ao lado do candidato do PT ao governo, Jerônimo Rodrigues.