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Janones: "Sou um candidato de 3% que vai negociar como se tivesse 30%"

Ao SBT News, deputado revela as condições para retirar candidatura e apoiar Lula já no 1º turno

Janones: "Sou um candidato de 3% que vai negociar como se tivesse 30%"
André Janones
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Com encontro marcado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para as 15h da próxima 5ª feira (4.ago), em São Paulo, o deputado federal e candidato do Avante à Presidência, André Janones (MG), admite a possibilidade de retirar seu nome da disputa ao Planalto, mas garante que fará jogo duro. Em entrevista ao SBT News, ele diz ser "um candidato de três pontos que vai negociar como se tivesse 30".

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As condições do deputado, ele ressalta a todo instante, não são cargos ou apoio político. Mas, sim, que o petista encampe uma lista de propostas. "A gente vai apontar as medidas específica que a gente quer que ele assuma o compromisso de implementar. Caso ele abarque todas as propostas, aí sim a gente pode retirar a candidatura e declarar um apoio a ele já no primeiro turno. Caso contrário, a candidatura segue absolutamente normal. Se você me perguntar sobre o meu nível de otimismo, eu não acho tão provável que ele aceite, porque a gente que é mineiro tem uma expressão: 'De bobo só tem a cara'. Então não vamos aceitar nenhum tipo de proposta vaga", diz.

A lista de propostas a ser apresentada ao ex-presidente ainda está em formulação -- com previsão de ser concluída até esta 3ª feira (2.ago). Entre os pontos que Janones adiante, estão os seguintes:

  • Garantia de um Auxílio Brasil de R$ 600 permanente;
  • Efetividade à lei de inclusão das pessoas com deficiência;
  • Criação de uma secretaria para tratar da saúde mental dentro do Ministério da Saúde;
  • Dentro dessa secretaria, ter remédios para saúde mental inscritos no Registro Nacional de Medicamentos (Rename);
  • Ampliação dos Centros de Atendimento Psicossociais (CAPS) -- em número e em estrutura.

Janones reconhece a "impossibilidade" de vencer a eleição, mas afirma não ter interesse em retirar a candidatura, para dar visibilidade às suas propostas: "Esse encontro com o Lula, independentemente do resultado, a gente já conseguiu uma coisa que era o meu objetivo principal, a partir do momento que eu vi que não era muito provável uma vitória nas urnas, que é dar visibilidade às pautas que eu defendo.

Futuro

Depois do encontro, o deputado vê duas possibilidades. Se Lula atender 100% de suas demandas, ele retira a candidatura ao Planalto e buscará a reeleição à Câmara, com apoio total ao petista -- de Janones e, "a não ser que haja algum movimento de última hora", do Avante. "Eu não vou fazer um apoio meramente formal. Eu vou utilizar essa força eleitoral que nós mostramos para que a gente possa garantir a democracia no nosso país e buscar a implementação dessas medidas."

Caso contrário, seu nome continua na corrida ao Planalto no primeiro turno. Em um eventual segundo turno entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL), apoio ao petista "com 100% de convicção". "Ninguém dorme em uma democracia plena e acorda tomado por um regime ditatorial. A democracia você vai minando ela aos poucos. E eu entendo que o momento que o que país vive é um momento que a gente precisa se unir em defesa da democracia", avalia.

Questionado sobre as movimentações de outros candidatos, e se essa união poderia ocorrer em torno de Lula já no primeiro turno, Janones vê como "difícil" isso ocorrer com Luciano Bivar (União Brasil): "E aí não é nem por falta de vontade dele. A gente sabe o tamanho do União Brasil, sabe a complexidade dos interesses daqueles que ali estão".

Em relação a Simone Tebet (MDB), ele diz enxergar a candidatura como "fruto de uma arrogância, de uma prepotência". "Eu me recordo que, no mês de abril, se uniram Simone Tebet, Doria, Eduardo Leite [e disseram]: 'Olha, 18 de maio nós vamos anunciar o candidato da via democrática no nosso país. Como se eles tivessem, por si só, o direito de sequestrar para si o conceito da palavra campo democrático. Te confesso que, quando vi, eu fiquei me perguntando: 'Se eles vão ser o candidato do campo democrático, eu vou ser o candidato do quê?'."

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