Randolfe diz que é preciso trabalhar para que Lula seja eleito no 1º turno
Coordenação-geral da campanha do petista fez primeira reunião nesta 2ª feira
A primeira reunião da coordenação-geral da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República acontece nesta 2ª feira (23.mai), no InterContinental Hotel, em São Paulo. Participam os presidentes (ou indicados por eles) e pelo menos mais dois representantes de cada um dos partidos que compõem o movimento Vamos Juntos pelo Brasil, além de Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice na chapa do petista.
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Por parte do PT, devem participar a deputada Gleisi Hoffmann (PR), o deputado José Guimarães (CE) e o senador Paulo Teixeira; do PSB, Carlos Siqueira, Márcio França e João Campos; do PCdoB, Luciana Santos, Renildo Calheiros e Walter Sorrentini; do Psol, Paula Coradi, representando o presidente, Ivan Valente e Guilherme Boulos; do PV, José Luiz Penna, Eduardo Brandão e Julio Moreira; da Rede, Wesley Diógenes e Randolfe Rodrigues; e do Solidariedade, Paulinho da Força, Luiz Adriano e Jeferson Coriteac.
Num primeiro momento, na reunião, foi feita uma avaliação a respeito das pesquisas de intenção de voto, a partir de uma média apresentada pelo diretor do instituto Vox Populi, Marcos Coimbra. A análise indica estabilidade inédita por parte de Lula nos levantamentos, consolidação de votos em torno de dois candidatos e tendência de definição da eleição no primeiro turno. Depois, teve início um debate sobre a conjuntura política. O foco do encontro será o cenário nacional. Segundo o senador Randolfe Rodrigues (AP), nele, será ajustada "a análise da conjuntura, a campanha está indo bem". "Do lançamento da campanha para cá, acho que nós tivemos um ciclo virtuoso de crescimento da candidatura. Não podemos subestimar, mas eu acho que a gente tem que trabalhar com o cenário melhor para o Brasil, que é que essa eleição terminasse no primeiro turno. Aí eu acho que chegou na fase de fazer um apelo a todos os democratas para terem audiência, para terem a compreensão disso", completou.
Ainda de acordo com o parlamentar, o apelo a ser feito é às demais forças democráticas que não fazem parte do movimento, inclusive as outras candidaturas a presidente "comprometidas com a democracia brasileira", como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). Ele classificou uma eventual vitória de Lula no primeiro turno como "necessidade para a democracia" do país e "necessidade civilizatória".
A federação Psol-Rede será formalizada nesta 2ª feira. Na reunião com outros partidos, as siglas farão uma discussão programática. "Hoje vamos dar as diretrizes sobre isso. O Psol já trouxe suas contribuições para o programa de governo. A Rede também já trouxe as suas contribuições. A ideia dessa reunião é um pouco de nós alinhavarmos e avançarmos também nesse sentido", falou Randolfe.
Ivan Valente, por sua vez, disse que Psol e Rede apresentação, na reunião, para a campanha uma proposta de, na corrida presidencial, "disputar olho no olho do eleitor, disputar na massa". Além disso, de fazer uma campanha norteada pelos temas da carestia, aumento do preço da gasolina e desemprego, por atingir toda a população, e que responda "ponto a ponto" as mentiras contadas pelos adversários.
À tarde, nesta 2ª, representantes das sete siglas, entre os quais alguns que acompanham o encontro da manhã, farão uma reunião de trabalho, na qual será discutida a comunicação da campanha, plano de governo, agenda, mobilização da militância e finanças, mas com o foco de colocar em contato as pessoas dos sete partidos com especialidade nessas áreas, não havendo expectativa de que tomem decisões. A primeira viagem juntos de Lula e Alckmin na pré-campanha será para Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Está marcada para os dias 1, 2 e 3 de junho. Provavelmente no próximo mês também, vão para o nordeste.
A avaliação dos partidos que integram o movimento Vamos Juntos pelo Brasil
Segundo Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, o principal papel dos integrantes do movimento Vamos Juntos pelo Brasil é ampliar a aliança deles "e fazer com que o presidente Lula possa ser candidato não só de um partido ou de outro partido, mas se uma frente bem ampla". "Para que a gente possa ganhar a eleição no primeiro turno", pontuou. Paulinho vem conversando com presidentes de outras siglas para tentar fazer essa ampliação. "Como a terceira via vem definhando, a cada dia que passa, é possível então ampliarmos as alianças baseado nesses partidos que os candidatos ainda não pegaram no tranco nem vão pegar. Então acho que tem vários partidos que vão ser procurados, tem vários estados que tem candidatos que a gente possa ampliar as alianças. Algumas personalidades do Brasil que também precisam ser procuradas, até para dar sinais do meu ponto de vista para o empresariado, para o setor financeiro", destacou.
Ele diz acreditar que Alckmin pode atuar "bastante" para fazer a ampliação da aliança. "Ele tem um espaço hoje no Brasil inteiro e pode trabalhar para fazer essa ampliação e fazer aquele papel que o Lula não consiga fazer", acrescentou. João Campos também falou sobre a atuação de Alckmin na campanha do petista. De acordo com ele, o ex-governador terá a função de juntar os diferentes. Em suas palavras, "ele tem um perfil muito conciliador, uma pessoa que consegue ter legitimidade, em ser muito respeitada em segmentos importantes da sociedade". "O que eu tenho dito é que a máxima de uma eleição é a capacidade juntar", completou.
Guilherme Boulos foi outra pessoa a falar com a imprensa antes da reunião. Segundo o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), a campanha e a eleição neste ano estão de "mobilização". "Não tenho menor dúvida, pelo nível de polarização, pela forma odiosa como o Bolsonaro tenta trazer o debate. Nós vamos precisar de mobilização da sociedade para que o Lula consiga uma vitória forte, expressiva, e que também não dê margem nem brecha para qualquer alucinação golpista", pontuou. Ele acrescentou que essa mobilização precisa ser feita tanto nas ruas como nas redes sociais.