Aliança do PT com Solidariedade não é uma frente ampla, diz especialista
A explicação é que os dois partidos pertencem ao mesmo campo ideológico
A união entre o Solidariedade e o PT, oficializada nesta 3ª feira (3.mai), para o apoio à pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não representa a formação de uma frente ampla, segundo o cientista político Leonardo Barreto. O motivo é que o partido não se distancia da esquerda, ideologia do PT, sendo classificado como uma legenda de centro-esquerda, do campo progressista.
"O Solidariedade não faz esse papel de frente ampla, porque de certa maneira ele ainda está no campo da esquerda. Mesmo que tenha votado a favor do impeachment da ex-presidente Dilma. Ele é um partido que tem origem na força sindical, então de certa maneira, é até um apoio natural", destaca.
Mesmo tendo circulado, durante o mês de abril, em diferentes lados do jogo político, tendo reuniões com Aécio Neves e Eduardo Leite, Paulinho da Força definiu que o apoio do partido do qual é presidente nacional é para o ex-presidente Lula em 19 de abril. Para Barreto, este apoio, mesmo não agregando a narrativa de frente ampla, contribui na soma de recursos políticos e de contabilização de tempo para campanha e TV.
"Ajuda pois há a construção de aliança, de que as centrais sindicais estão mobilizadas em uma só campanha, mas não chega a contribuir decisivamente para um discurso de frente ampla. E Paulinho da Força ajuda muito pouco na construção de alianças, porque é um deputado muito restrito ao campo do sindicalismo que ele liderou. Acho importante, mas tem papel limitado. Agora, eu acho que agrega pouco em termos de narrativa. Vai agregar na soma de recursos políticos, de contabilização de tempo para campanha e TV, Lula vai usar isso para dizer que tem uma frente, mas não é um partido de centro-direita, não tem esse rosto de uma coisa que seja muito fora do campo da esquerda", ressalta.
Ao SBT News, o deputado Paulinho da Força (SP), presidente do Solidariedade, afirmou que é momento de mobilização dentro do partido em diferentes áreas para apoiar o ex-presidente Lula. "Nós vamos mobilizar o partido todo, a militância, na área trabalhista, na área sindical, nossos vereadores, nossos deputados, enfim, tem alguns lugares com problemas, mas no geral vamos de Lula. É isso que é a decisão hoje aqui. A gente precisa reconstruir o Brasil, uma crise econômica sem precedentes, com recessão, milhões de pessoas desempregadas. Precisamos juntar forças para ganhar a eleição e mudar o Brasil, voltar a ter esperança", destacou.
Fundo eleitoral
De acordo com o Superior Tribunal Eleitoral (TSE), a publicação do montante total do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) ou fundo eleitoral será feita em 16 de junho. O montante do fundo eleitoral é dividido entre as legendas com base nos votos recebidos nas eleições gerais mais recentes e o tamanho das bancadas na Câmara e no Senado.
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