MBL mantém críticas a Moro, apesar de aliança com ex-juiz
Ao SBT News, deputado Kim Kataguiri contou ida do bloco ao Podemos: "Somos independentes"
Roseann Kennedy
O MBL - Movimento Brasil Livre impôs duas condições para fazer palanque para o presidenciável do Podemos, Sergio Moro: independência para expor as divergências que tem com o ex-juiz e a certeza de ter candidato ao governo de São Paulo. O grupo critica, por exemplo, a pauta econômica de Moro.
"Defendemos o enxugamento da máquina pública mais radical do que ele defende. Somos mais ousados em privatizações e em reformas como a administrativa. Ele não é um liberal por formação como nós do MBL somos", disse o deputado federal Kim Kataguiri, um dos fundadores do MBL, em entrevista ao SBT News nesta quarta (26.jan). "Nosso apoio é crítico e independente. E se ele for eleito e apresentar alguma proposta que a gente discorda temos total independência para votar de forma contrária", reforçou.
Investigações
O MBL cobrou, ainda, que Sergio Moro apresente publicamente quanto ganhou em consultoria que fez para a Alvarez e Marsal. O Tribunal de Contas da União (TCU) apura se houve conflito de interesses. "O nosso posicionamento é que ele seja absolutamente transparente e abra completamente o contrato e o quanto ele recebeu da consultoria porque não tem nada a esconder. Tanto que não há nada a esconder que a própria presidente do PT (Gleisi Hoffmann) já desautorizou seu partido de apresentar uma CPI contra Sergio Moro".
Kim também afirmou que assina a CPI e pede a convocação de Moro se a comissão for instalada. "Acho que é uma oportunidade que Sergio Moro tem de mostrar que ele sobrevive a um escrutínio público. Consegue demonstrar que todos os seus ganhos são lícitos", apostou.
O ex-juiz Sergio Moro, pré-candidato do Podemos à Presidência da República, disse em vídeo nesta 4ª feira (26.jan) que divulgará quanto recebeu ao trabalhar para a consultoria Alvarez & Marsal. "Eu vou divulgar na 6ª feira todas essas informações: quanto que eu ganhei, quanto que eu recebi, mostrar que não recebi nada de empresa investigada na operação Lava Jato. Quem fala isso mente".
No vídeo, Moro declara que fará a divulgação para ser transparente com a população, mas reclama de "abuso" do Tribunal de Contas da União. "Tem o ministro do TCU, que quer investigar o que eu fiz no setor privado, depois que deixei o cargo no Ministério da Justiça. É um abuso esse processo, cheio de ilegalidade", disse o ex-ministro.
Confira a entrevista completa com o Kim Kataguiri: