Setor do café comemora fim do tarifaço e elogia governo brasileiro: 'Forte trabalho diplomático'
Trump revogou a tarifa adicional de 40% que havia imposto ao café e outros produtos; medida volta a garantir taxa zero para exportações desses itens

Sofia Pilagallo
A Associação Braisleira da Indústria de Café (Abic) comemorou a decisão do governo dos Estados Unidos de revogar, por meio de ordem executiva, a tarifa adicional de 40% imposta a diversos produtos brasileiros, incluindo o café. A medida, anunciada pela Casa Branca nesta quinta-feira (20), garante novamente a taxa zero para as exportações desses itens.
Por meio de nota, a Abic afirmou que essa "conquista" é resultado do "forte trabalho diplomático" liderado por autoridades do governo brasileiro. Desde agosto, quando as tarifas entraram em vigor, o vice-presidente Geraldo Alckmin passou a liderar um plano de negociação com autoridades americanas, que incluiu viagens a Washington.
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Em pouco mais de três meses, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, viajou três vezes à capital dos EUA para conversar com o secretário de Estado do país, Marco Rubio, e outras autoridades. O chanceler brasileiro esteve na cidade na última semana e já havia adiantado que um acordo final sobre o tarifaço viria em breve.
"Essa conquista é resultado do forte trabalho diplomático liderado pelo Vice-Presidente Geraldo Alckmin e pelo Chanceler Mauro Vieira, além da mobilização de toda a cadeia produtiva do café, que foi extremamente unida, e das nossas contrapartes nos Estados Unidos", afirmou Pavel Cardoso, presidente da Abic.
"Desde o início do ano, o setor privado atuou como interlocutor técnico, dialogando com importadores e fornecendo informações estratégicas que auxiliaram o governo nas negociações", acrescentou.
A ordem executiva assinada pelo presidente dos EUA revoga tarifas sobre commodities agrícolas brasileiras, alimentos básicos e processados, fertilizantes essenciais para a produção agrícola, insumos industriais estratégicos e peças técnicas voltadas ao setor aeronáutico.
Além do café, constam na lista produtos como carne; tomate; frutas; cacau; pimentas diversas; farinhas e amidos de mandioca, banana e raízes tropicais; cevada; fertilizantes; tubos, mangueiras e peças plásticas para aviação; peças de borracha vulcanizada; pneus para aeronaves; e componentes metálicos para estruturas e motores.
Segundo a ordem executiva, a decisão foi tomada após análise de informações e recomendações apresentadas por autoridades norte-americanas, além do andamento das negociações com o governo brasileiro. O texto deixa claro que o monitoramento das circunstâncias permanecerá ativo e que novas medidas poderão ser adotadas, caso consideradas necessárias.









