População de Belém sente alta nos preços com a aproximação da COP30
A seis meses da conferência da ONU, aluguéis, hotéis e alimentação disparam na capital paraense
SBT Brasil
Faltando seis meses para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, a população de Belém já sente no bolso o impacto da chamada “inflação da COP30”.
+ Alckmin convida Papa Leão XIV para COP30, em Belém
+ Lula dá prazo para governo liberar linha de crédito para reforma de casas
Igor, dono de um bar que funcionou por mais de cinco décadas no centro de Belém, precisou fechar as portas. O valor do aluguel subiu de R$ 3.600 para R$ 10.000.
“O faturamento mensal girava em torno de R$ 20.000, R$ 22.000. Com aluguel de R$ 10.000 não tinha condições de sustentar. Nenhuma empresa consegue sustentar com aluguel de mais de 50% do faturamento”, explicou.
O motivo dessa disparada nos preços tem relação direta com a realização da COP30 na cidade. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), nos últimos doze meses, o aluguel residencial em Belém subiu 8,43%, enquanto, no restante do país, o aumento foi de 4,87%.
+ "O Agente Secreto" ganha prêmios de melhor direção e ator no Festival de Cannes
Hotel e alimentação
Quem vive ou visita a capital já percebe claramente o impacto nos custos do dia a dia. A diária nos hotéis, por exemplo, subiu muito acima da média nacional, com aumento de 17,3%, contra 11,5% no restante do país.
O impacto também é sentido diretamente na mesa. Em março, o setor de alimentação e bebidas teve um reajuste de 1,17%, o que corresponde a 45% da inflação mensal registrada na cidade.
De acordo com André Bráz, coordenador dos Índices de Preços da FGV/IBRE, isso acontece por conta do aumento repentino da demanda. “A estrutura de Belém é basicamente a mesma que atendia a população local e, de repente, você recebe muitos visitantes. Pela demanda da procura, se você tem uma estrutura parecida com a anterior e tem mais gente consumindo, os preços vão subir. Mas isso é um efeito temporário, um efeito passageiro”, explica.