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Economia

Motorista de aplicativo em São Paulo: 72% têm atividade como única fonte de renda

Pesquisa aponta ainda que 90% são homens e 12% têm ensino superior completo

Imagem da noticia Motorista de aplicativo em São Paulo: 72% têm atividade como única fonte de renda
12% dos motoristas de aplicativo têm ensino superior completo| Reprodução
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Cerca de 570 mil motoristas de aplicativo circulam diariamente pelas ruas de São Paulo. Eles transportam passageiros para o trabalho, a escola e até para a volta da balada. Mas quem são esses profissionais?

Uma pesquisa intitulada Mãos ao Volante, do Badra Pesquisas, traçou um perfil detalhado desses trabalhadores. O estudo revelou que 90% são homens e 87% nasceram na própria capital. Quase metade (45%) tem entre 35 e 49 anos, e mais da metade (58%) se declara branca. Para 72% deles, o trabalho como motorista de aplicativo é a única fonte de renda.

O levantamento ouviu 1.260 motoristas. Entre os entrevistados, 9% têm ensino superior incompleto; 12% têm ensino superior completo, enquanto 1% possui até pós-graduação. “Muitos poderiam seguir outra carreira, mas estão vivendo a realidade do trânsito de São Paulo, que pode ser bastante desgastante", disse Nayara Almeida, supervisora do instituto.

Para realizar a pesquisa, seis entrevistadores se dividiram pela cidade durante 16 dias. Eles solicitavam viagens pelo aplicativo e, somente dentro do carro, informavam que estavam conduzindo um estudo.

Quando perguntados sobre os principais desafios da profissão, os motoristas indicaram o trânsito como o maior vilão. Outro ponto de grande insatisfação é o valor repassado pelas plataformas. Segundo a pesquisadora Paola, "há uma reclamação constante de que, enquanto o preço das corridas sobe para os passageiros, o valor recebido pelos motoristas não acompanha esse aumento".

Apesar das dificuldades, 82% dos entrevistados afirmaram que não trocariam a atividade por um emprego com carteira assinada. A maioria (73%) dirige mais de oito horas por dia e ganha, em média, R$ 3.800 mensais, o equivalente a cerca de dois salários mínimos e meio.

Bruno Torres, que há quatro anos deixou o emprego em uma montadora para se tornar motorista, representa bem esse grupo. Casado e pai de família, tem ensino médio completo e destaca a flexibilidade de horários como um dos principais atrativos da profissão.

"A gente fica mais livre, consegue definir o horário e ter mais flexibilidade. Se precisar ir ao mercado ou ao médico, por exemplo, dá para planejar melhor", diz Bruno. Sobre os desafios da profissão, ele reflete: "Sim, é exaustivo, mas a gente administra. Às vezes, deixo de trabalhar no fim de semana para aproveitar com a família. A gente vai se virando".

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