Alta temporada do turismo pode gerar recorde de contratações temporárias no Brasil
Diante da expectativa de aumento da receita, setor prevê criar 76,5 mil vagas
Camila Stucaluc
A nova alta temporada de turismo – entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025 – deve gerar um faturamento de R$ 157,74 bilhões. O montante, projetado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), terá um impacto significativo no setor, que deve abrir 76,5 mil vagas temporárias de trabalho.
Se confirmado, esse será o maior número de vagas temporárias criadas desde 2015, quando foram abertos 85,2 mil postos de trabalho. Atualmente, o setor emprega 3,51 milhões de pessoas – alta de 7,9% em comparação ao período pré-pandemia.
Segundo a CNC, espera-se que o segmento de alimentação lidere as contratações no período, com 54,2 mil vagas, seguido pelo setor de transportes (10,6 mil) e hospedagem (8,4 mil). O salário médio de admissão deverá alcançar R$ 1.842, representando um aumento real de 1,9% frente ao mesmo período do ano passado.
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“O crescimento projetado para o turismo reflete a resposta positiva do mercado aos avanços econômicos recentes. A alta temporada beneficia múltiplos setores e impulsiona o consumo, elementos essenciais para o equilíbrio macroeconômico do País”, disse José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.
Aumento da procura por viagens
Com o crescimento do número de passageiros, tanto em voos nacionais quanto internacionais, a CNC prevê que os turistas destinem boa parte de seus gastos a bares e restaurantes (R$ 70,67 bilhões) e transporte rodoviário (R$ 37,55 bilhões). O transporte aéreo e a hospedagem também prometem bom desempenho, impulsionados pela queda recente de 21,1% nos preços das passagens.
A presença recorde de turistas estrangeiros é outro fator de impulso. Dados do Ministério do Turismo e da Embratur indicam que 5,9 milhões de estrangeiros visitaram o Brasil entre janeiro e setembro, com destaque para argentinos (1,4 milhão), norte-americanos (464 mil) e chilenos (420 mil).Até setembro, os gastos de estrangeiros somaram US$ 3,7 bilhões, um aumento de 14,8% em relação ao ano anterior.