Agricultura familiar domina no RS, mas envelhecimento no campo preocupa
Filhos de agricultores não querem seguir na atividade dos pais

Lenise Slawski
O Rio Grande do Sul tem 80% de suas propriedades rurais classificadas como familiares, segundo o último Censo do IBGE. Apesar da predominância, um levantamento do governo estadual mostra que seis em cada dez trabalhadores rurais têm mais de 55 anos, o que evidencia a dificuldade em manter o trabalho no campo entre as novas gerações.
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O produtor Ildemar Piber mantém há mais de seis décadas uma propriedade de dez hectares na Zona Sul de Porto Alegre, onde planta bergamota, berinjela, pêssego e tomate. Dos três filhos, apenas Giordana decidiu permanecer no campo. Além de ajudar no cultivo, ela cuida da comercialização. A maior parte da produção vai para o Programa de Aquisição de Alimentos, abastece a merenda escolar e mercados da região. De acordo com o IBGE, a agricultura familiar ocupa apenas 25% da área cultivada no Estado. Para reverter o envelhecimento no campo, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, o Senar, oferece capacitações focadas em sustentabilidade e inovação. O objetivo é tornar as propriedades mais rentáveis e atrativas para as novas gerações.
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A Giordana, por exemplo, participou de cursos e já aplica os conhecimentos na propriedade. "Com planejamento e dedicação, dá pra viver bem da terra", afirma. Apesar dos desafios, Ildemar segue firme: "Enquanto eu puder, vou estar aqui, plantando e colhendo."