Banco Central dos Estados Unidos sobe os juros em 0,25 pp
O Fed volta a elevar a taxa básica depois da pausa da reunião do mês passado; ciclo pode estar encerrado
![Banco Central dos Estados Unidos sobe os juros em 0,25 pp](/_next/image?url=https%3A%2F%2Fsbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com%2FFederal_Reserve_f91cdc1072.jpg&w=1920&q=90)
Como esperado pela maioria dos analistas e instituições financeiras, o Federal Reserve (Fed, Banco Central dos Estados Unidos ) voltou a elevar a taxa de juros de referência do país. O aumento foi de 0,25 ponto percentual, como amplamente contratado pelo mercado financeiro. A taxa agora vai transitar entre 5,25% ao ano e 5,5% a.a. A decisão do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) foi anunciada nesta 4ª feira (26.jul).
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Nem garantida nem descartada
No entendimento do mercado, os indicadores de inflação e de mercado de trabalho americanos não necessariamente implicarão em novas altas dos juros por lá. O chairman do Fed, Jérome Powell, em entrevista coletiva após a definição por subir os juros, não quis criar expectativas específicas sobre uma nova alta em setembro, por exemplo. " Vamos examinar cada caso, a cada reunião", manifestou. Assim, mesmo com a alta definida pelo Fed agora, o curso da política monetária pode significar o fim do ciclo de restrição. Apenas pode. Porque, de acordo com Powell, uma "nova alta em setembro não está descartada. O compromisso é com a inflação, que está desacelerando, mas ainda distante da meta", completou o executivo. Em repercussão aos juros, confira os fechamentos dos pregões em Wall Street.
- Dow Jones: + 0,24%
- S&P500: + 0,02%
- Nasdaq: - 0,12%
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos
"Os medos de recessão foram diluídos, ao passo que o mercado de trabalho segue classificado como muito pressionado. Bem como antevisto por nós, o Fed afirmou que segue vigilante e que os próximos passos dependerão do comportamento da economia, mas fez um aceno dovish [branda], ao modificar a sinalização de ´alguns membros acham provável outro aumento` para uma sinalização aberta, nos faz reafirmar a perspectiva de que o Fed não irá subir o juro novamente. Vale mencionar que o Powell classificou a política monetária como suficientemente restritiva".
Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos
"O obstáculo para a inflação desacelerar ainda mais é o mercado de trabalho dos EUA, que continua robusto ? as folhas de pagamento surpreenderam positivamente por mais de um ano e o fizeram novamente em maio. A inflação não pode ser reduzida para a meta sem desaceleração significativa do mercado de trabalho. A mediana das expectativas dos economistas e a curva de juros nos Estados Unidos sugerem que essa teria sido a última elevação dos juros e que o próximo movimento mais provável seria de corte de juros no início de 2024.
Para isso, os próximos dados econômicos precisam apontar deterioração do mercado de trabalho, atualmente a taxa de desemprego é 3,7%, e descompressão da inflação ao consumidor, principalmente nos preços de serviços "
Cenário doméstico
No Brasil o efeito da elevação dos juros em 0,25pp também foi bem recebido. Os analistas e investidores por aqui calculam que com a alta de juros nos EUA e principalmente, com a probabilidade maior de o ciclo de aperto monetário nas terras de Tio Sam se estabilizar no nível atual, haverá maior disposição do capital internacional em buscar destinos onde a remuneração seja maior. Caso do Brasil, com Selic ainda na casa dos 13,75%. O Ibovespa rodou o dia inteiro ao redor do zero-a-zero até fechar com 0,29% aos122.363 pontos. No câmbio, nova queda da moeda americana em - 0,44% cotada para venda a R$ 4,73.
Leia também