Americanas fecha depósitos de mercadorias para reduzir custos
Os condomínios logísticos estão em todo o país, mas quase 20% deles já foram desocupados
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Com a pandemia, as vendas online dispararam e fortaleceram a presença das Americanas no mercado digital. A varejista está entre os cinco maiores e-commerce do país com cerca de 105 milhões de visitas por mês e mais de 100 mil lojistas.
A empresa tinha 830 mil metros quadrados em galpões para armazenar os produtos comercializados pelas plataformas digitais.
Os condomínios logísticos, como são chamados, estão em todo o país, mas quase 20% deles foram desocupados, segundo um levantamento nacional realizado pela SDS Properties, empresa especializada em locação de galpões logísticos.
No ano passado, o centro de distribuição de Fortaleza (CE) fechou as portas, assim como o de Betim (MG), Resende (RJ), Cajamar (SP) e Ribeirão Preto (SP). Neste ano, galpões de Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Hortolândia (SP) também não vão mais existir, de acordo com a entidade.
A entrega dos galpões adiciona mais um componente na crise da Americanas, que entrou em recuperação judicial no mês passado após a empresa revelar um rombo estimado em 43 bilhões. A mudança da logística poderá afetar os custos de envio dos produtos.
Para a professora de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Carla Beni, a possibilidade de um aumento de custos existe, mas tudo vai depender dos planos de recuperação da empresa: "não necessariamente é algo ruim o que está acontecendo, é possível que isso seja parte de uma estratégia, onde você passe a usar o espaço de outro fornecedor, por exemplo, e não o próprio, diminua o custo seu, aluguéis que você tenha que pagar, então, isso pode fazer parte".
Em nota, a Americanas informou que o encerramento de parte da operação nos centros logísticos citados já fazia parte de uma estratégia de otimização dos espaços de armazenagem, em andamento desde 2022 e que é comum a todo o varejo. A empresa ainda afirma que a iniciativa não causou impactos de entrega aos clientes, uma vez que as lojas físicas da varejista funcionam como pontos de distribuição. Para 2023, a Americanas informa que o planejamento logístico está sendo revisto considerando a nova realidade financeira da companhia, mas que ainda não há definições.
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