Atividade da indústria recua em janeiro, aponta CNI
Sondagem industrial mostra queda na produção e no nº de empregos; intenção de investimento sobe levemente
A produção e a geração de empregos na indústria nacional em janeiro apresentaram recuo, de acordo com a Sondagem Industrial divulgada nesta 5ª feira (16.fev) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A Evolução da Produção marcou 46,1 pontos, abaixo da divisória de 50 pontos (veja gráfico abaixo).
A linha vai de zero a 100 pontos e quanto mais em direção ao zero, maior é a demonstração da força do recuo. É o quinto resultado mensal consecutivo no vermelho, mas já demonstrando uma recuperação do indicador uma vez que seu equivalente, em dezembro, estava em 42,8 pontos. As pequenas empresas têm índice igual a 40,7 pontos; as médias, 45,5 pontos e as grandes 49,0 pontos.
Foram consultadas 1.646 empresas entre 1º e 9 de fevereiro de 2023.
Sobre o emprego
Já o número de empregados baixou para 47,8 pontos. Quarto resultado negativo seguido. Assim, o indicador aponta que queda do emprego industrial que marcou o último trimestre de 2022, se manteve no início de 2023. Para as pequenas empresas, o número é 46,6 pontos; 47,6 pontos para as médias e 48,5 pontos para as grandes.
Na avaliação da Confederação, o conjunto da obra mostra números no campo negativo mas revela um comportamento já esperado para meses de janeiro, quando os indicadores em questão permanecem próximos às suas médias para o período. " Também existe um componente sazonal", explica a economista da CNI, Claudia Perdigão. "É natural que os indicadores acusem uma retração de início de ano para haver recuperação ao longo dos meses seguintes", completa ela.
Capacidade instalada
O nível de Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que revela o quanto as fábricas estão botando em atividade suas máquinas e equipamentos, permaneceu estável no primeiro mês do ano na casa dos 67,% contra dezembro do ano passado.Foram sete meses seguidos girando até acima dos 70%, atividade mais forte que o habitual em 2022.
Os estoques atingiram 51,6 pontos em janeiro, demonstrando estarem acima do nível esperado pelas empresas. É uma performance do indicador que mantém comportamento semelhante desde julho de 2022, sinalizando a persistência dos estoques em permanecerem em nível elevado.
Pontos a favor
Mas os industriais se mostram mais otimistas quanto ao que esperam para a demanda. O índice desta área quando fevereiro entra no radar, marca 54,1 pontos, o que representa aumento de 1,9 ponto frente a janeiro. Já a intenção de investimento apresentou leve crescimento de 0,3 ponto em fevereiro sobre o mês anterior, até atingir 54,0 pontos. O índice permanece acima da média histórica de 51,4 pontos, o que indica que há intenção de investir na indústria.
"Com relação ao investimento houve uma queda considerável no final de 2022, era um indicador que seguia em patamar consideravalmente alto, e com o recuo entre novembro e dezembro, o investimento vem se recuperando de forma mais lenta. Mas continua acima da média histórica, o que aponta disposição para o empresariado investir", - Cláudia Perdigão, economista da CNI
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