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Economia

Bolsa fecha em alta no dia da primeira reunião ministerial do governo Lula

Foi o terceiro dia consecutivo de movimento acionário no azul: as perdas da semana foram praticamente zeradas

Imagem da noticia Bolsa fecha em alta no dia da primeira reunião ministerial do governo Lula
Reunião ministerial
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A bolsa brasileira abriu...e só fez subir. Nessa 6ª feira (6.jan), o Ibovespa emitia sinais, desde os primeiros movimentos do pregão, de que iria recuperar parte das perdas acumuladas nas últimas sessões: essa igualmente foi a tendência manifestada a partir de 4ª feira, quando o índice passou a colecionar resultados positivos nos fechamentos. 

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Em um dia sem indicadores fundamentais por serem divulgados no âmbito doméstico, a maior expectativa se formou em torno do cenário político. O foco recaiu sobre a reunião ministerial, a primeira com time completo convocado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Curto prazo
A favor do ânimo dos investidores, durante a semana, vieram as declarações do indicado para CEO da Petrobras, o senador Jean Paul Prates (PT), apontando em direção que caiu no gosto dos analistas, ao dizer que "não haverá intervenção sobre a política de preços dos combustíveis". Senha que deu início a uma recuperação dos papéis da petroleira, que é parte significativa do volume de negócios diariamente. 

Mas ao mesmo tempo, a julgar por alguns desencontros entre as posições adotadas por ministros - Previdência, Casa Civil entre outros - , instalou-se um clima de certo "pé atrás" ante os ruídos gerados no cenário. "Há um excesso de voluntarismo por parte de integrantes do governo, ministros sobretudo, cada um falando uma coisa", avalia Luiz Fernando Figueiredo, chairman da Jive/Mauá Investimentos.

Daí ser bem vinda a reunião para uma parada de arrumação, segundo Figueiredo. "O problema número dois é saber o que vai acontecer, por exemplo, com a questão da sustentabilidade fiscal: vai se tornar uma questão de governo como um todo ou só da equipe econômica? A grande dúvida é essa!", questiona ele.

À quente
Ao longo da semana, foi preciso que o próprio presidente atuasse para acalmar os ânimos dos investidores, não sem que um certo "desconfiômetro" fosse acionado. Motivo que, para vários observadores, teria precipitado a chamada para a reunião ministerial com time completo desta 6ª. A ideia de um freio de arrumação - por mais que negada por integrantes do governo - caiu no gosto dos agentes financeiros.

Gráfico B3
Evolução Ibovespa ao longo do dia | Reprodução B3 

O que conta
"Não teve pito, não teve puxão de orelha", relata a repórter Debora Bergamasco, do SBT Brasil. Por mais de cinco horas, a equipe esteve reunida "num ambiente aparentemente muito bom: todo mundo falou, o presidente ouviu todo mundo. O que Lula imprimiu, isto sim, foi um ritmo acelerado, porque ele quer iniciar as 'entregas' com toda brevidade, retomar o Minha Casa Minha Vida, por exemplo, assim que possível", aponta Debora. 

Tudo indica que os resultados estão aparecendo. No fim do dia, o Ibovespa avançou cerca de 1,23%. Foi o terceiro dia seguido de alta, ainda que na apuração da semana o resultado geral esteja no vermelho em 0,70%. A bolsa foi aos 108.965 pontos, com volume negociado de R$ 25,6 bilhões. O dólar fechou com forte queda em relação ao real: 2,11%, cotado para venda a R$ 5,24.

O Brasil acompanhou no dia o bom humor dos mercados nos Estados Unidos: lá, a geração de empregos acima do esperado em dezembro agiu a favor. Esperavam-se 200 mil novos postos de trabalho. A economia criou 223 mil. Na teoria, o menor desemprego levaria a uma perspectiva de novas altas nos juros básicos da economia. Mas não foi este o efeito. "Na prática, o indicador teve efeitos mistos: sim, houve mais geração de emprego, mas não com recuperação de salários. E é o fortalecimento da renda que pode induzir maior consumo, com inflação preocupante. Como os salários não encorparam, a tendência foi pensar positivo, até numa redução de passo em relação aos juros", pontua Marília Fontes, sócia da Nord Research. 

Nos Estados Unidos, o Dow Jones teve alta de 2,12%; o S&P 500 subiu 2,28% e o Nasdaq foi 2,56% pra cima. 

" Na fala da reunião ministerial, o Lula gerou várias posições de otimismo, mas a parte econômica está cada vez mais bem coordenada . No começo, eles estavam mais perdidos, o que é natural. Agora, as coisas estão mais encaixadas. E o PT dá mostras de que não vai ser ortodoxo nem heterodoxo, vai ser heterogêneo, uma combinação dos dois. E isso tá gerando otimismo na bolsa" - André Perfeito, economista e consultor

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