Ministério da Economia desmente que país esteja "quebrado"
Em nota oficial à imprensa divulgada neste domingo, pasta lista série de fundamentos econômicos que estão no "azul"
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O Ministério da Economia se utilizou do site oficial da pasta, neste domingo (11.dez), para responder às críticas que vem recebendo da equipe de transição do governo eleito de Luís Inácio Lula da Silva (PT). Citando uma "série de declarações infundadas", sobre o momento presente da economia brasileira, a nota oficial à imprensa responde com a seguinte afirmação : " As declarações de que o Estado Brasileiro está 'quebrado' não são compatíveis com a realidade".
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Um dos pontos ressaltados pela equipe do ministério diz respeito à Dívida Bruta do Governo Geral que, segundo relatório da pasta, "deverá terminar o ano representando 74% do Produto Interno Bruto (PIB) e com superávit primário de R$ 23,4 bilhões" , primeiro resultado positivo nesta chancela desde 2013. A nota afirma ainda que este será o primeiro governo a encerrar mandato com endividamento em queda: em 2018, a relação dívida/pib " chegou a 75,3%", enquanto países emergentes e desenvolvidos devem apresentar crescimento da mesma relação entre 8,5 pontos percentuais e 10,6 pp.
Pandemia
Apontando a pandemia como fator de forte influência sobre os resultados econômicos, a declaração oficial do ministério diz que foi " Graças às medidas de suporte durante a pandemia" que Estados e municípios terão o segundo ano seguido de superávit primário agora, em 2022. O ministério afirma ainda que, em função de ter priorizado a alocação de recursos junto à esfera de administração federal, Estados e municípios por conta da pandemia, não foi possível reajustar o funcionalismo.
Já sobre o salário mínimo, o cálculo apontado pela área econômica é de que, conforme exposto no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) enviado ao Congresso, foram definidos R$ 10,5 bilhões para reajustes dos servidores públicos do Poder Executivo, o que representaria cerca de 5% de correção salarial. " Em relação ao salário mínimo, o PLOA prevê uma alta nominal de 7,4% no salário mínimo. Com a desaceleração da inflação, portanto, prevê um ganho real do salário mínimo para 2023", aponta o ministério.
Dívidas externas e interna
A Economia relaciona ainda as dívidas do país com entidades internacionais. Segundo a pasta, os compromissos totais são de US$ 1,23 bilhão em 2023, ou quase " 20% menos que o total de US$ 1,52 bilhão devidos no ano de 2016". Outro ponto em destaque são os resultados das Estatais. De acordo com a àrea econômica, " as empresas estatais caminham para fechar 2022 com resultado "no azul" da ordem de R$ 250 bilhões, acima do saldo positivo de R$ 188 bilhões do ano passado. São cifras contrastantes com os " prejuízos de mais de R$ 30 bilhões em 2015".
Resposta às críticas
Os dados elencados pelo ministério neste domingo não são novidade. Eles já constam de demonstrações apresentadas pela entidade governamental e até pessoalmente pelo ministro Paulo Guedes em palestras e encontros com empresários nos últimos meses. As observações são ressaltadas agora como resposta às duras críticas desferidas pela transição do governo eleito. O coordenador dos grupos técnicos, Aloízio Mercadante, disse publicamente que " O diagnóstico que vai ficando claro para o governo de transição é que governo Bolsonaro quebrou o Estado brasileiro. Serviços essenciais ou já estão paralisados ou correm grande risco de serem totalmente comprometidos", disse ele. Posicionamentos como este têm irritado a equipe econômica do atual governo, a ponto de o próprio Guedes ter lançado a interlocutores autoavaliação onde se apresenta como " melhor ministro da economia do mundo neste ano".
Opiniões à parte, o fato é que o governo eleito trabalha para ver aprovada na Câmara, na semana que começa, a PEC da Transição, abrindo espaço de R$ 145 bilhões no orçamento para acomodar os pagamentos de R$ 600 por família via benefícios sociais e mais R$ 150 por criança de até seis anos. A ação do governo eleito oficializa a visão de que a economia, tal como ele a vê, não reune condições para estes e outros compromissos serem honrados.
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