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Economia

Desmatamento: preservação remunerada pode ser a única solução

Se a consciência climática não influencia donos de terras, especialistas sugerem um círculo vicioso de pagamento

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Meio ambiente
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Há 20 anos, na Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas, em Quioto, no Japão, foi criado o mercado de carbono -- um mecanismo de pagamento para quem consegue sequestrar gases de efeito estufa. Quem paga é aquele que não consegue por meio de crédito. Assim, mesmo quem emite pode equilibrar sua conta com o planeta. Depois de crises financeiras e políticas, que atrapalharam seu desenvolvimento, atualmente, por causa da emergência climática, o mercado de carbono está em evidência. O momento parece ideal para, inclusive, reestruturar o mecanismo e torná-lo mais eficiente -- para não dizer justo. Esse debate foi tema de um dos painéis do evento Conexão pelo Clima, realizado em São Paulo nesta 6ª feira (9.set).

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Para os painelistas, o principal problema hoje em dia é a falta de informação. Apesar de já existirem muitas empresas interessadas, parte delas para se manter bem vista por investidores, faltam créditos, sendo que o Brasil tem um potencial gigantesco e pode movimentar US$ 167 bilhões até 2030 e US$ 347 bilhões até 2050, conforme o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds).

Muito desses investimentos viriam da bioeconomia --- a exploração e manejo sustentáveis de recursos naturais, tanto minérios, quanto frutos ou ativos químicos provenientes desses produtos, que podem gerar alimentos, medicamentos, cosméticos e outras alternativas. Ou seja, trabalhos que podem gerar renda tanto pela venda do que se produz quanto pela mitigação dos GEEs.

"A bioeconomia surge para acabar com aquele paradoxo entre conservação e desenvolvimento econômico", disse a analista sênior da cadeia de carbono da Emergent, Fernanda Ferreira. A especialista ainda sugere que o setor privado deve pressionar o público para que se capacite e oriente a população: "Se você consegue mensurar as emissões daquele lugar, você consegue canalizar investimentos. Assim é possível influenciar, gerar tendência e criar um círculo vicioso, tornando essa economia mais forte".

O mesmo mecanismo pode ser o que faltava para apoiar o controle do desmatamento, fazendo o proprietário de terras perceber que manter a floresta em pé pode ser mais vantajoso do que devastar para produzir. A ideia precisa ser difundida logo, segundo a co-CEO da Carbonext, Janaína Dallan. "Porque a conservação é muito mais vantajosa do que, no futuro, tentar a restauração das áreas, que é cara e pode demorar em torno de vinte anos para capitalizar".

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