Comércio varejista vende menos 1,4% em junho, aponta IBGE
É o segundo mês seguido no negativo. Mas, varejo vende cada vez menos desde janeiro
O comérico varejista vendeu menos em junho na comparação com maio, recuo de 1,4%. O mês anterior já havia sido de retração, de 0,4%. O resultado de junho é a maior variação negativa desde dezembro do ano passado, quando a queda foi de 2,9%. No acumulado de 12 meses o índice também registra perda, de 0,9%. O varejo teve crescimento na relação entre o primeiro semestre desse ano e o mesmo período do ano passado, quando a pandemia ainda estava no ápice, alta de 1,4%. Os números da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) foram divulgados nesta 4ª feira (10.ago) pelo IBGE.
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A retração na comparação com maio foi disseminada por sete das oito atividades investigadas pela pesquisa. Duas delas tiveram maior influência sobre o índice geral do varejo: tecidos, vestuário e calçados, com queda de 5,4%, e hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, segmento que recuou 0,5% no período.
"A atividade de hiper e supermercados teve uma influência importante da inflação ao longo do primeiro semestre do ano. Entre abril e maio, houve variação de 4% na receita e de 1% no volume de vendas, indicador em que a pesquisa já desconta a inflação. De maio para junho, essa atividade teve queda de 0,5% no volume, mas variou 0,3% em receita. Isso significa que há amplitude menor da inflação, mas o suficiente para que o volume tivesse uma variação negativa, apesar de a receita ficar no campo positivo", explica o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
O pesquisador ainda chama atenção o setor de tecidos, vestuário e calçados, que segue 9,9% abaixo do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020. "Essa atividade teve uma queda intensa na passagem de maio para junho. Ao longo do ano, houve altas ligadas a uma nova estratégia adotada por essas empresas de também se lançar no comércio eletrônico, de fazer vendas virtuais de forma mais forte do que se fazia antigamente, já que, nesse setor, experimentar um produto antes de comprar é muito importante", complementa o pesquisador.
Volume de vendas no comércio varejista - Variação mês/mês anterior (%)
O único segmento que cresceu em comparação ao mês anterior foi a de artigos farmacêuticos, perfumaria e equipamentos médicos (1,3%). "Nesse segmento, o aumento é ligado aos artigos farmacêuticos e reflete a alta nos preços dos medicamentos. Esse é um tipo de produto que, na maioria das vezes, você não consegue substituir. Isso aumenta o dispêndio de uma família que pode ter que gastar nessa atividade e diminuir o consumo em outras", avalia Cristiano.
No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, veículos e materiais de construção, a retração no período foi de 2,3%. Tanto o setor de veículos e motos, partes e peças (-4,1%) quanto o de material de construção (-1,0%) recuaram.
Varejo fecha primeiro semestre com alta de 1,4%
No primeiro semestre, o comércio somou alta de 1,4%, após queda de 3,0% no segundo semestre do ano passado. Seis atividades acompanharam. As maiores variações foram registradas por Livros, jornais, revistas e papelaria (18,4%), tecidos, vestuário e calçados (17,2%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (8,4%).
Ainda nos primeiro seis meses deste ano, só duas atividades tiveram queda: móveis e eletrodomésticos (-9,3%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,8%). Quando considerado o comércio varejista ampliado, o segmento de veículos e motos, partes e peças avançou 0,4%, enquanto o setor de material de construção recuou 7,3%.
Variação é de -0,3% frente a junho do ano passado
As vendas diminuíram 0,3% na comparação com junho do ano passado. Esse é o segundo resultado seguido no campo negativo, uma vez que a variação de maio, nesse indicador, foi de -0,2%. Mas, entre as atividades, a predominância foi de taxas positivas, com destaque para artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (11,0%), combustíveis e lubrificantes (7,8%) e livros, jornais, revistas e papelaria (2,6%), que tiveram as maiores variações.
As atividades que recuaram no período foram outros artigos de uso pessoal e doméstico (-11,4%) e móveis e eletrodomésticos (-14,7%). No varejo ampliado, houve queda de 3,1% na comparação com junho de 2021, com retração de veículos e motos, partes e peças (-7,1%) e de material de construção (-11,4%).
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