Temor de recessão global aumenta com indicadores do setor manufatureiro
Brasil tem piora "residual" da confiança, com recuperação do emprego e produção praticamente estável em julho
Observadores e analistas do mundo inteiro lançam mãos dos instrumentos que possuem pra aferir a que distância "o pior dos mundos" está das maiores economias do planeta. O questionamento fica mais forte -- e as apostas, idem -- ainda mais depois de os Estados Unidos terem registrado dois trimestres seguidos no vermelho, a senha para a chamada "recessão técnica". O presidente americano, a ministra da Fazenda e o chefe do Federal Reserve, o Banco Central americano, dizem que não, a maior economia do mundo não está em recessão. Será?
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Partindo de dados concretos, como os divulgados nesta 2ª feira (1º.ago) pela S&P Global Intelligence, a avaliação está longe de ser positiva. Muito pelo contrário. Os dados referentes a julho trazem as principais economias do planeta amargando declínio entre os indicadores de gerentes de compras (PMI) do setor manufatureiro nos principais centros de produção.
Mapa múndi
A guerra na Ucrânia é um dos fatores que impõem pessimismo: ao diminuir a oferta de gás para grandes centros da região, a Rússia abriu espaço para a crise energética em todo o continente e puxou para baixo o índice europeu, agora em 49,8 pontos na zona do euro. Resultados abaixo de 50 pontos apontam para atividade econômica retrocedendo.
Nos Estados Unidos, a baixa foi de 52,7 pontos para 52,2. Na China, os dados dos manufatureiros apontam agora 50,4 pontos, contra 51,3 pontos.
Made in Brazil
No Brasil, a baixa no índice foi considerada residual: de 54,1 em junho para 54,0 no mês passado. Ainda, portanto, a demonstrar alguma impressão positiva sobre os resultados do setor. Recuperação do emprego e da confiança do empresariado fabril justificam a estabilidade "no azul".