La Niña deve se intensificar a partir de outubro e prejudicar o agro
Clima mais seco nas regiões sul e sudeste favorece formação de geada
Pablo Valler
O fenômeno climático La Niña não só está durando mais do que meteorologistas acreditavam como deve voltar a ganhar força em outubro. "Com algumas áreas do Pacífico Equatorial com anomalias de temperatura próximas da média ou até pouco acima. Mas toda a faixa equatorial ainda apresenta resfriamento (La Niña), condizente com a fase negativa do ENOS (El Niño-Oscilação Sul)", informa a consultoria Climatempo.
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O resultado? Mais intereferência sobre as chuvas, impedindo a formação de umidade nas regiões sul e sudeste e aumentando a incidência no nordeste e no norte. As consequências para as zonas urbanas podem ser menos preocupantes do que para as rurais. A Climatempo destaca chance de estiagem durante o verão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e extremo sul do Paraná, além do indicativo de risco para geada tardia nos três estados.
Para Matopiba, Centro-Oeste e Sudeste, a preocupação é com o atraso na estação chuvosa. No Sudeste, por exemplo, um atraso significativo poderia trazer impactos severos para a safra 2023 de café arábica. Na região Nordeste, as chuvas podem novamente ficar acima da média. Neste ano o excesso de umidade causou prejuízos severos nas culturas de uva e manga no Vale do rio São Francisco.
Para 2023, a consultoria traz que "a tendência é de aumento gradual nas temperaturas da superfície do mar no Pacífico Equatorial, portanto deveremos passar para uma situação de neutralidade". Para o Centro-Oeste, áreas do Matopiba e do Sudeste, a preocupação é com o atraso na estação chuvosa. No Sudeste, por exemplo, um atraso significativo poderia trazer impactos severos para a safra 2023 de café arábica -- que também sentiu os impactos dos últimos dois anos e que tem a expectativa de recuperação na produção no ano que vem. A produção de laranja e hortaliças também pode sentir os impactos negativos se o atraso da chuva se confirmar.
No Nordeste, as chuvas podem novamente ficar acima da média. Neste ano o excesso de chuva trouxe prejuízos severos na produção de uva e manga no Vale do São Francisco e o setor, há dois meses, indicava risco de colapso. "Ao longo do primeiro semestre de 2023 a tendência é de aumento gradual nas temperaturas da superfície do mar no Pacífico Equatorial, portanto deveremos passar para uma situação de neutralidade", explica.
Ainda segundo a consultoria, o viés frio ainda deve ser percebido nos primeiros meses de 2023, mas com expectativa de reversão destas anomalias, que passam a ficar positivas entre o outono e o início do inverno de 2023. Ainda não há previsão de El Niño, pelo menos até junho de 2023.
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