Jornalistas recebem bolsa para curso que desmistifica agro do Brasil
Insper seleciona 35 profissionais de grandes veículos para aulas sobre a importância do setor
Pablo Valler
Trinta e cinco jornalistas foram selecionados pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) para um curso exclusivo sobre o setor econômico mais importante do Brasil, o agronegócio.
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Bastante específico e necessário, de acordo com o coordenador Marcos Jank: "o agronegócio cresceu muito no país nessas últimas décadas, desde que ocupamos o Cerrado com a soja e o gado, a produção de etano e de carne. O Brasil se tornou o terceiro maior exportador do mundo em agro. O setor emprega 20% da população. Mas é um setor que ainda precisa ser melhor entendido pela sociedade", explica ele.
Mesmo com tamanha importância, o agronegócio é pouco conhecido ou até podemos dizer mal conhecido por boa parte dos brasileiros, que veem nessa grandeza uma associação à exploração de terras e recursos naturais. Pouca gente sabe que o Brasil é, na verdade, um dos países que mais se modernizou na agricultura e na pecuária. Para você ter ideia, em 40 anos, o cultivo de grãos aumentou de 47 milhões de toneladas para 237 milhões de toneladas, cinco vezes mais. Nesse período, as lavouras sequer dobraram de valor, de 37 milhões de hectares passaram para 60 milhões. Significa que o Brasil produz cada vez mais sem precisar avançar com o desmatamento.
Tais paradigmas foram abordados em 70 horas de aulas durante o mês de junho. Nessa semana, concluída em 7 de junho, houve três manhãs de debates. Em seguida, os alunos serão levados para Mato Grosso, onde vão conhecer agroindústrias e fazendas. Na prática, devem conhecer o alto nível técnico de cultivo e criação, como os sistemas de biossegurança em granjas, copiados por outros países.
A correspondente internacional da revista britânica The Economist Carolina Unzelt conta que no exterior há muito interesse pelo agropecuária daqui. "Considerando que a gente tem uma importância muito grande como parceiro comercial em vários lugares do mundo, a gente tem até a alcunha de 'celeiro do mundo', então, é sempre bom a gente ter esse cuidado na cobertura e pensar na nossa inserção em mercado global", avalia.
Pelo jeito, a repórter compreendeu os conteúdos e a ideia do Insper com investimento de marcas do setor valeu a pena. "A gente montou esse curso com base em estudos científicos. Dados que servem para reduzir ospreconceitos", diz a jornalista.
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