Enquanto alta do diesel foi de 53,11%, frete subiu 3,9% em 12 meses
Caminhoneiros consideram "piada" o corte do ICMS sobre combustíveis e o auxílio de R$ 400 do governo
Desde o início do ano, quantas vezes os preços dos combustíveis foram reajustados? Mesmo diante das inúmeras altas só agora é que os valores dos fretes rodoviários começaram a ser revistos. Porém, segundo caminhoneiros, estão longe da elevação dos custos dos motoristas.
De acordo com um levantamento da plataforma Fretebras, enquanto o preço do diesel S500 aumentou 53,11%, o valor médio cobrado para o transporte de produtos subiu 3,92% entre maio de 2021 e maio de 2022.
"O cenário é difícil no dia a dia dos caminhoneiros, que cada vez mais precisam estar atentos e fazer contas para entender quando um frete vale a pena ou não", refletiu o diretor da Fretebras, Bruno Hacad.
"Apesar das iniciativas do governo de gerar mudanças positivas neste cenário de diesel muito alto, como o teto do ICMS e a redução do gatilho nos ajustes da tabela de preço mínimo, a verdade é que o principal fator que influencia no valor dos fretes é a lei de oferta e demanda. Se os caminhoneiros não aceitarem mais viajar a um preço que não compensa, naturalmente o valor do frete vai aumentar. Está nas mãos dos próprios caminhoneiros a força para influenciar o preço no curto prazo, mas para isso eles precisam saber calcular bem os custos do trajeto", destaca.
Além da pesquisa, houve uma enquete com mais de 1,3 mil motoristas e 44,8% deles disseram que consideram deixar a profissão.
A Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), nesta 4ª feira (22.jun), emitiu nova nota sobre esse e outros assuntos que rondam o problema, como auxílio de R$ 400 planejado pelo governo federal para ajudar os caminhoneiros: "com essa esmola a gente coloca 50 litros de diesel".
O presidente da Abrava disse ainda que o último reajuste, na 6ª feira (17.jun), já cobriu o que o corte do ICMS dos estados diminuiria em custo de operação para os motoristas.