Brasil registra déficit recorde com fertilizantes e outros químicos
Nos primeiros cinco meses, diferença de quanto país vendeu e comprou do exterior chegou a 59,4%
Pablo Valler
O déficit na balança comercial de produtos químicos atingiu a marca inédita de US$ 55 bilhões em 12 meses até maio, segundo relatório da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Além dos preços elevados no exterior, o volume cresceu -- principalmente por conta do agronegócio e o medo de ficar sem fertilizantes para a safra. A Rússia, principal exportadora, está fora do mercado por causa da guerra com a Ucrânia.
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O saldo negativo dos 12 meses é resultado de US$ 71,4 bilhões em importações, com alta de 17,5% frente aos números consolidados de 2021, e exportações de US$ 16,4 bilhões, com crescimento de 13,4% na mesma base de comparação.
Nos primeiros cinco meses do ano, o déficit cresceu 59,4%, para US$ 23,5 bilhões, com importação recorde de US$ 7,8 bilhões somente em maio.
Em volume, as compras externas de produtos químicos alcançaram marca recorde de 22,9 milhões de toneladas com alta de 6,5% de janeiro a maio.
Nesse período, foram importados US$ 13,2 bilhões entre fertilizantes e defensivos agrícolas. Produtos farmacêuticos foram US$ 6,3 bilhões. Os dois segmentos representaram quase dois terços do total.
Em nota, o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, disse que os números da balança "confirmam o enorme potencial do mercado doméstico brasileiro, mas, simultaneamente, comprovam a alarmante dependência externa do país em áreas estratégicas".