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Economia

Prazo para reserva de ações da Eletrobras com FGTS começa na 6ª feira

Trabalhador poderá usar até 50% do saldo do Fundo de Garantia na pulverização dos papéis da estatal

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Usina de Belo Monte | TV Brasil
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Começa a contar na próxima 6ª feira (3.jun) o prazo para as pessoas físicas que quiserem investir na compra de papéis da Eletrobras via Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Neste dia, e até 8 de junho, os trabalhadores poderão avisar a instituição financeira de sua preferência (bancos e corretoras, por exemplo) que há interesse em participar da aquisição das ações.

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A partir daí, devidamente autorizadas pelos correntistas, as instituições darão início ao processo de reserva. O primeiro passo é consultar o saldo do FGTS do interessado. Em seguida, o banco comunica a Caixa Econômica Federal que o cliente quer fazer parte da ação de investimento. Para as pessoas físicas, é possível comprar ações da estatal diretamente ou participando do fundo mútuo de privatização que será criado especialmente com este fim. O fundo será semelhante aos utilizados no início dos anos 2000 para aquisições, pelos trabalhadores, de cotas de ações da Petrobras e da Vale.  

A compra dos papéis da Eletrobras via FGTS deve atender a limitações impostas no processo de privatização. Quem fizer a compra dos papéis diretamente, com recursos do Fundo, tem valor mínimo a ser aplicado de R$ 1 mil e não poderá investir mais do que R$ 1 milhão. Quem aderir via fundo mútuo terá que investir a partir de R$ 200. O teto para esta modalidade de compra será equivalente a 50% do saldo que o trabalhador tiver guardado em seu Fundo de Garantia.

O valor das ações será definido no próximo dia 9. Segundo a empresa, cada investidor de varejo tem garantida a compra de R$ 5 mil em ações. Estima-se, no entanto, que a procura pelo investimento deve ser muito elevada e, caso haja pressão que leve o processo a ultrapassar o limite de R$ 6 bilhões do Fundo de Garantia para a compra dos papéis, haverá um rateio proporcional entre os interessados.

Expectativa de valorização

Os analistas do mercado financeiro vêem com otimismo as chances de ganhos para o investidor com a pulverização dos papéis da companhia elétrica. Primeiro de tudo porque, já na primeira análise, praticamente qualquer opção é melhor do que manter os recursos parados no FGTS, que tem remuneração baixíssima, na casa dos 3% + TR (Taxa Referencial), que tende a ser pouco mais do que zero mensalmente.

"O Fundo de Garantia é um confisco com outro nome", dispara o consultor financeiro Teco Medina. Ele avalia que manter o dinheiro no Fundo diante de um quatro de inflação na casa dos dois dígitos, ou muito perto disso, recebendo em troca nada muito além de 4% ao ano, é uma imposição da legislação brasileira que não permite ao trabalhador cuidar do próprio dinheiro. E este dinheiro é, muitas vezes, a única poupança que a pessoa tem. "A coisa como está impõe ao dono do dinheiro uma perda real, nas atuais condições [de inflação tendendo a se manter elevada] que faz diminuir o valor da poupança obrigatória do trabalhador sem que ele possa administrar melhor aquele dinheiro", afirma Teco.

Altos e baixos

Outro ponto para levar em conta é o próprio setor de energia, do qual a Eletrobras faz parte. Uma empresa gigante, de utilidade máxima, que tende a se tornar muito melhor daqui a cinco anos, mais enxuta e mais eficiente, ainda que mais demandada, dizem os analistas. Ou seja, uma Eletrobras que traga muito mais retorno na prestação de serviço ao consumidor brasileiro e a seus acionistas.

Mas também é preciso tomar alguns cuidados. Ainda que a adesão seja através de um fundo de investimento, o interessado deve observar que os papéis estarão expostos à volatilidade típica do mercado de renda variável, com oscilações às vezes bruscas e recuperação eventualmente demorada. Coisa que só o tempo e o sangue-frio costumam compensar. "O melhor é pensar em deixar o dinheiro investido ao menos por uns cinco anos. É o tempo em que a empresa deve passar pelo processo de modernização e ajustar-se à sua nova realidade. Se o trabalhador precisar desse dinheiro daqui a seis meses, um ano, por exemplo para comprar uma casa, talvez não consiga ter ganhos significativos", pondera Teco Medina. 

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