Aumento da taxa Selic: preço de eletrodomésticos deve ser afetado
Especialistas da Associação Comercial de São Paulo avaliam que aumento também pode encarecer financiamentos
SBT News
A decisão anunciada na noite de 4ª feira (5.mai) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em aumentar a taxa Selic em um ponto percentual, vai impactar diretamente nos preços da chamada "linha branca": eletrodomésticos como geladeira, fogão e máquina de lavar. A avaliação é de membros do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
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Os especialistas acreditam que os valores de eletroeletrônicos em geral também serão impactados. Ou seja: se confirmado os prognósticos, os preços de televisores, computadores e smartphones sofrerão reajustes no decorrer das próximas semanas.
Um dos economistas da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa garante que os consumidores não serão os únicos impactados negativamente com a Selic, que é a taxa básica de juros, que passou de 11,75% para 12,75% ao ano. Na visão dele, os donos de comércio irão ter de encarar a provável queda no volume de vendas.
"As vendas desses produtos podem ficar mais prejudicadas. Os comerciantes também serão impactados pelo enfraquecimento das vendas do varejo", declarou Gamboa. "Esse aumento, além de encarecer o financiamento, diminui prazos para pagamento e os bancos passam a conceder menos crédito para os consumidores", explicou o economista.
Guerra impacta na taxa Selic
O Banco Central justificou o aumento de 1% da taxa Selic como medida preventiva. Em nota, o órgão afirmou que a decisão visa conter despesas de consumo e produção para que, dessa forma, o aumento do preço não seja repassado aos consumidores finais. Preços que, segundo as autoridades monetárias do Brasil, já estão sendo impactados em virtude da guerra na Ucrânia.
As incertezas internas e mundiais já estão desacelerando a atividade econômica nacional
"O problema é que as incertezas internas e mundiais já estão desacelerando a atividade econômica nacional, dificultando repasses que não sejam indispensáveis à sobrevivência das empresas", ponderou Gamboa. "O que, em nossa visão, tornaria oportuno o encerramento do atual ciclo de aperto monetário", complementou o economista da ACSP.
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