Quase 23 mil pessoas morreram em acidentes de trabalho no Brasil, diz OIT
Número diz respeito ao período entre 2012 e 2021
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Mais de 22,9 mil pessoas morreram em acidentes de trabalho no Brasil, entre 2012 e 2021, de acordo com dados divulgados pela Organização Mundial do Trabalho (OIT), agência da ONU. No período ainda, houve o registro de 6,2 milhões de Comunicações de Acidentes de Trabalho, e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) concedeu 2,5 milhões de benefícios previdenciários acidentários, entre os quais auxílios-doença, aposentadorias por invalidez, pensões por morte e auxílios-acidente.
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A ONU acrescenta que, nos últimos dez anos, o gasto previdenciário com despesas acidentária foi superior a R$ 120 bilhões e foram perdidas, no total, cerca de 469 milhões de dias de trabalho. Segundo a entidade, este número -- resultado da soma do período sem poder trabalhar de cada pessoa afastada -- "é uma das formas de medir, por aproximação, os prejuízos de produtividade para a economia".
Para o diretor do Escritório da OIT no Brasil, Martin Georg Hahn, a atualização de todos esses dados é um vetor relevante para a criação de medidas preventivas de acidade no trabalho, principalmente no contexto de retomada das atividades no período pós-pandemia.
Nos dois primeiros anos da crise sanitária (2020 e 2021), foram registradas 33 mil Comunicações de Acidentes de Trabalho e houve 163 mil afastamentos por trabalhador infectado pelo coronavírus. No período, diz a ONU, "técnicos de enfermagem, enfermeiros e auxiliares de enfermagem foram os mais afetados, somando 52% das comunicações de acidentes". "Como um todo, a participação da atividade de atendimento hospitalar no total de acidentes notificados cresceu de 11% para 14% no período avaliado. Em números absolutos, o total de notificações de acidentes no setor também cresceu, somando 11% em relação ao biênio anterior", completa o comunicado.
A OIT estima que, no mundo, os afastamentos por acidente de trabalho provocam uma perda aproximada de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) por ano. Em relação ao Brasil, a perda seria de R$ 350 bilhões anualmente. Outra estimativa mostra que, em dez anos, o montante anual de perda econômica e dos gastos do sistema previdenciário e de saúde, por acidente de trabalho, alcançará R$ 350 bilhões.
Em 2021, houve um aumento de 212% no número de benefícios acidentários concedidos pelo INSS, em comparação com o ano anterior. Entretanto, a quantidade ficou em patamar inferior à de 2019. A ONU explica que "lesões são as principais causas de afastamentos previdenciários e foi observado um aumento em doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo, inclusive Lesões por Esforços Repetitivo e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, em 192%". "Já o total de auxílios-doença concedidos por depressão, ansiedade, estresse e outros transtornos mentais e comportamentais, acidentários e não-acidentários se mantiveram em níveis elevados, na média dos últimos cinco anos anteriores à pandemia da covid-19, somando cerca de 200 mil casos".
Nos últimos dez anos, 15% do total dos acidentes de trabalho foram provocados por operação de máquinas e equipamentos. Em 2021, eles foram responsáveis por 16%; no período, como em anos anteriores, esses acidentes resultaram em amputações e outras lesões gravíssimas com frequência 15 vezes superior às das outras causas e três vezes mais mortes que a média geral.
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