Taxa de desemprego recua no último trimestre, mas fecha 2021 em 13,2%
O índice é um pouco abaixo do que o registrado no ano anterior, o que pode sinalizar recuperação
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (24.fev) a taxa de desocupação do país no 4º trimestre de 2021. O índice foi de 11,1% caindo 1,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre de julho a setembro de 2021 (12,6%) e 3,0 (p.p.) frente ao mesmo trimestre de 2020 (14,2%).
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Com isso, em 2021, a taxa de desemprego no Brasil foi de 13,2%, índice menor que o registrado no ano anterior quando alcançou 13,8%. Apesar da pequena diferença, o resultado pode sinalizar recuperação. No ano passado, a média anual totalizou 13,9 milhões de pessoas sem emprego no país.
Em relação à população ocupada média anual cresceu 5% entre 2020 e 2021, chegando a 91,3 milhões de pessoas em 2021. Já o nível da ocupação, a média anual foi de 53,2%, 2 (p.p.) maior que a de 2020 (51,2%) e, agora, é a maior desde o início da série histórica.
"Em 2021, com o avanço da vacinação e a melhora no cenário, houve crescimento do número de trabalhadores, mas ainda persiste um elevado contingente de pessoas em busca de ocupação", disse a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
Em nota, ela também afirmou que 2022 "é um ano de recuperação para alguns indicadores, mas não é o ano de superação das perdas, até porque a pandemia não acabou, e seus impactos, ainda em curso, afetam diversas atividades econômicas e o rendimento do trabalhador", concluiu.
Apesar do maior número de empregados, os trabalhadores estão ganhando menos, segundo a pesquisa do IBGE. Um dos fatores para essa redução é a inflação em alta no país. No trimestre encerrado em dezembro de 2021, o rendimento real habitual de R$ 2.447 caiu 3,6% frente ao trimestre anterior e recuou 10,7% em relação a igual trimestre de 2020. Foi o menor rendimento da série histórica, iniciada em 2012. A média anual foi de R$ 2.587, queda de 7% para 2020, ou seja, menos R$ 195.
Desigualdade
O IBGE também informou na pesquisa que a taxa de desocupação entre as mulheres no quarto trimestre de 2021 está em 13,9%. Os homens seguem em 9,0%. Pretos e pardos (13,6%) também ultrapassam os brancos (9,0%) na desocupação.
O maior crescimento percentual, na média anual, veio da construção, de 13,8%, ou 845 mil pessoas a mais. O comércio, prejudicado pela pandemia, teve ganho de 5,4% na comparação com 2020, um acréscimo de 881 mil pessoas, mas o contingente de trabalhadores ainda ficou abaixo do registrado em 2019.
A indústria também não conseguiu recuperar as perdas de 2020: houve aumento de 3,9% ou de 446 mil pessoas trabalhando no setor, mas na comparação com 2019, o número de trabalhadores caiu 3,1%.