80% dos carros movidos a gás na Grande SP estão irregulares, diz Angis
A instalação do "kit gás" depende de uma autorização do Departamento Estadual de Trânsito
SBT Brasil
Oito em cada dez carros movidos a gás na capital paulista e região metropolitana de São Paulo estão irregulares, segundo a Associação Nacional dos Organismos de Inspeção (Angis). Os proprietários estão descumprindo a lei, que prevê vistoria anual obrigatória para esses veículos.
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Tanque cheio, bolso vazio. Tem sido assim nos últimos tempos. O valor do litro da gasolina no acumulado dos últimos 12 meses subiu 42,71%, e o do etanol, 54,95%. Bem acima da inflação no período (10,38%). E se o preço aumenta nas bombas, cresce também o movimento nas oficinas que instalam o chamado "kit gás", ainda uma alternativa mais econômica. Roberto dos Santos, que trabalha com entregas, fez as contas: "Eu rodo bastante. Se fosse na gasolina, era uns R$ 100,00 por dia. No gás, eu gasto R$ 30,00.
A instalação do kit depende de uma autorização do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de onde o motorista mora. Em seguida, é preciso inspecionar se a adaptação foi feita corretamente. Os técnicos checam centenas de itens de segurança para então emitir um certificado. A quantidade desses laudos cresceu 72,1% entre 2020 e 2021, segundo o Ministério da Infraestrutura (MInfra). Em São Paulo, o aumento foi de 111% e o número de conversões para o gás natural deve ser ainda maior, já que tem muita gente andando por aí com o veículo irregular.
No Rio de Janeiro, são 40% dirigindo carros a gás ilegalmente. De acordo com Jeferson Molina, presidente da Angis, "uma válvula com defeito, um cilindro que não foi requalificado é uma bomba". Em suas palavras também, "num posto de combustível, de abastecimento, se sofre uma explosão, pode ter vitimas que abala aí quarteirões afora".
Dirigir em situação irregular é infração grave, com multa de R$ 195, 23. Roberto dos Santos diz que todo ano precisa "fazer a inspeção do gás para ver se está tudo ok". "Para rodar ilegalizado não dá. Tem que estar tudo certinho porque a gente corre risco", completa.
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