Economia
Transferência de dinheiro no Whatsapp inicia até maio, diz Caffarelli
Presidente da Cielo destaca a praticidade do serviço do aplicativo em entrevista ao Poder em Foco
Roseann Kennedy
• Atualizado em
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O Brasil já tem 120 milhões de usuários de WhatsApp e agora o aplicativo mais popular do país também poderá ser usado para fazer transferências financeiras. No final de março, o Banco Central autorizou o uso da plataforma como canal de pagamentos e, segundo o presidente da Cielo, Paulo Caffarelli, até o final deste mês de abril ou até o início de maio o serviço estará funcionando.
"Vai ser uma praticidade muito grande. É como quando você manda uma fotografia pra alguém. Você vai poder mandar o dinheiro", afirmou. A Cielo, uma das principais parceiras do aplicativo nessa modalidade, vai processar as transações.
O serviço de pagamentos via WhatsApp havia sido anunciado no ano passado, mas foi suspenso em junho, para o Banco Central e o Cade avaliarem potenciais riscos à competição e à privacidade de dados. A autarquia exigiu regulação prévia para a operação do WhatsApp Pay.
Caffarelli ressaltou que o WhatsApp é um canal de conveniência e, cada vez mais, as empresas devem estar atentas a soluções que permitam às pessoas usarem melhor o seu tempo.
"Não vai haver uma solução exclusiva. Você tem vários canais à disposição do consumidor para ele escolher o mais interessante naquele momento que precisa", afirmou em entrevista ao Poder em Foco, no SBT.
A preocupação com a segurança, porém, é constante. Cada vez que aparece um novo canal para transações financeiras surgem também novos golpes.
Antes mesmo de ser usado como canal de pagamento, o WhatsApp já tem sido usado por bandidos para clonagem de perfis, com envio de mensagens com links e solicitação de dinheiro. "Fraudadores, falsários, isso vai continuar existindo sempre. Mas, a gente não mede esforços nem gastos em segurança. Então, eu te diria que esse processo que a gente vai ter agora do WhatsApp está dentro da mais absoluta segurança", garantiu Caffarelli.
Referência mundial
O Brasil é hoje referência mundial em automação bancária e transformação digital, financeira e de meios de pagamento, segundo o presidente da Cielo.
"É óbvio que cada país vai ter um tipo de solução. Na Austrália, 70% de todas as transações acontecem por aproximação ou você aproxima o cartão de crédito, ou aproxima o seu relógio, ou o celular, ou uma pulseira. Na China, quase 100% dos pagamentos migraram do dinheiro físico diretamente para o QR Code, sem nem passar pelo cartão de plástico. Aqui no Brasil, nós temos um processo um pouco diferente desse, mas que cada vez a gente vem avançando mais".
Caffarelli avalia que a atuação do Banco Central tem sido decisiva para esse posicionamento brasileiro no setor.
Inclusão digital e social
Caffarelli observa que todo o setor financeiro está em grande transformação. O modelo tradicional de bancos tem outras concorrências e, depois da implantação do Open Banking, no segundo semestre deste ano, tudo avançará para uma só plataforma.
"Nós vamos virar num futuro próximo uma grande plataforma, onde você vai ter bancos, startups de soluções ligadas a meios de pagamento ou soluções financeiras, e o consumidor final cada vez mais empoderado. Quanto mais você puder comparar os preços de bancos, de adquirentes, de empresas de seguros, de empresas de cartão de crédito, de bandeiras, você vai poder decidir o melhor preço e o melhor produto pra você", ressaltou.
Para o presidente da Cielo, isso vai permitir inclusive maior inclusão social em meios de pagamento como já foi possível perceber na pandemia. "Constatamos na pandemia que havia mais de setenta milhões de brasileiros sem conta bancária. Então, quando o Governo definiu o pagamento do auxílio emergencial, a única maneira para receber era ficar numa fila, às vezes, de quatro, cinco horas. Isso mudou", exemplificou.
Uma das mudanças foi a possibilidade de usar o cartão virtual da Caixa Econômica Federal para fazer as compras por meio de maquininhas.
Cenário econômico
Apesar do recrudescimento da pandemia, o presidente da Cielo acredita que este ano será melhor que 2020. "O Brasil é muito adaptável. Mesmo que neste momento estejamos enfrentando o ápice da pandemia, eu diria que o processo hoje da indústria, do varejo, está sendo menos traumático do que foi no ano passado. Por que isso? Porque as pessoas aprenderam a lidar, aprenderam a vender com as portas fechadas", avaliou.
Caffarelli traça um cenário com crescimento em torno de 3%, inflação entre 4,8% e 5%, dólar na faixa atual sem muitas variações e juros mais altos, como já vem sendo sinalizado pelo Comitê de Política Monetária (Copom). "Nós teremos um pouco de inflação e isso obriga um pouco o Banco Central na política monetária a ter que elevar os juros. Então a expectativa é de SELIC a 4% no fim do ano", detalhou.
Perfil
Paulo Caffarelli preside a Cielo desde novembro de 2018. É formado em Direito, possui mestrado em Economia e é pós-graduado em Comércio Exterior e em Comércio Internacional. Começou a carreira como menor aprendiz no Banco do Brasil e ficou na instituição por 37 anos. Foi presidente do BB entre maio de 2016 e outubro de 2018. Por lá, também passou por funções como vice-presidente de Cartões e Novos Negócios de Varejo e vice-presidente de Negócios de Atacado.
Caffarelli já foi diretor corporativo da CSN de 2015 a 2016, secretário-executivo do Ministério da Fazenda em 2014. É conselheiro da Suzano desde junho de 2020 e já integrou e conselhos de outras empresas, como Vale, Banco Votorantim e a própria Cielo.
A Cielo, empresa líder em pagamentos eletrônicos no Brasil fez 6,2 bilhões de transações em 2020 e movimentou R$ 644 bilhões em volume financeiro. Hoje tem mais de 1,4 milhão de clientes, desde empregadores individuais até grandes varejistas em todo o país. Segundo Caffarelli, as tecnologias da Cielo funcionam atualmente em todos os municípios brasileiros.
Poder em Foco
O Poder em Foco vai ao ar na madrugada deste domingo (11.abr) para segunda, 00h45, no SBT. É apresentado pela jornalista Roseann Kennedy que, semanalmente, recebe uma personalidade do ambiente do poder para tratar assuntos importantes da pauta nacional.
"Vai ser uma praticidade muito grande. É como quando você manda uma fotografia pra alguém. Você vai poder mandar o dinheiro", afirmou. A Cielo, uma das principais parceiras do aplicativo nessa modalidade, vai processar as transações.
O serviço de pagamentos via WhatsApp havia sido anunciado no ano passado, mas foi suspenso em junho, para o Banco Central e o Cade avaliarem potenciais riscos à competição e à privacidade de dados. A autarquia exigiu regulação prévia para a operação do WhatsApp Pay.
Caffarelli ressaltou que o WhatsApp é um canal de conveniência e, cada vez mais, as empresas devem estar atentas a soluções que permitam às pessoas usarem melhor o seu tempo.
"Não vai haver uma solução exclusiva. Você tem vários canais à disposição do consumidor para ele escolher o mais interessante naquele momento que precisa", afirmou em entrevista ao Poder em Foco, no SBT.
A preocupação com a segurança, porém, é constante. Cada vez que aparece um novo canal para transações financeiras surgem também novos golpes.
Antes mesmo de ser usado como canal de pagamento, o WhatsApp já tem sido usado por bandidos para clonagem de perfis, com envio de mensagens com links e solicitação de dinheiro. "Fraudadores, falsários, isso vai continuar existindo sempre. Mas, a gente não mede esforços nem gastos em segurança. Então, eu te diria que esse processo que a gente vai ter agora do WhatsApp está dentro da mais absoluta segurança", garantiu Caffarelli.
Referência mundial
O Brasil é hoje referência mundial em automação bancária e transformação digital, financeira e de meios de pagamento, segundo o presidente da Cielo.
"É óbvio que cada país vai ter um tipo de solução. Na Austrália, 70% de todas as transações acontecem por aproximação ou você aproxima o cartão de crédito, ou aproxima o seu relógio, ou o celular, ou uma pulseira. Na China, quase 100% dos pagamentos migraram do dinheiro físico diretamente para o QR Code, sem nem passar pelo cartão de plástico. Aqui no Brasil, nós temos um processo um pouco diferente desse, mas que cada vez a gente vem avançando mais".
Caffarelli avalia que a atuação do Banco Central tem sido decisiva para esse posicionamento brasileiro no setor.
Inclusão digital e social
Caffarelli observa que todo o setor financeiro está em grande transformação. O modelo tradicional de bancos tem outras concorrências e, depois da implantação do Open Banking, no segundo semestre deste ano, tudo avançará para uma só plataforma.
"Nós vamos virar num futuro próximo uma grande plataforma, onde você vai ter bancos, startups de soluções ligadas a meios de pagamento ou soluções financeiras, e o consumidor final cada vez mais empoderado. Quanto mais você puder comparar os preços de bancos, de adquirentes, de empresas de seguros, de empresas de cartão de crédito, de bandeiras, você vai poder decidir o melhor preço e o melhor produto pra você", ressaltou.
Para o presidente da Cielo, isso vai permitir inclusive maior inclusão social em meios de pagamento como já foi possível perceber na pandemia. "Constatamos na pandemia que havia mais de setenta milhões de brasileiros sem conta bancária. Então, quando o Governo definiu o pagamento do auxílio emergencial, a única maneira para receber era ficar numa fila, às vezes, de quatro, cinco horas. Isso mudou", exemplificou.
Uma das mudanças foi a possibilidade de usar o cartão virtual da Caixa Econômica Federal para fazer as compras por meio de maquininhas.
Cenário econômico
Apesar do recrudescimento da pandemia, o presidente da Cielo acredita que este ano será melhor que 2020. "O Brasil é muito adaptável. Mesmo que neste momento estejamos enfrentando o ápice da pandemia, eu diria que o processo hoje da indústria, do varejo, está sendo menos traumático do que foi no ano passado. Por que isso? Porque as pessoas aprenderam a lidar, aprenderam a vender com as portas fechadas", avaliou.
Caffarelli traça um cenário com crescimento em torno de 3%, inflação entre 4,8% e 5%, dólar na faixa atual sem muitas variações e juros mais altos, como já vem sendo sinalizado pelo Comitê de Política Monetária (Copom). "Nós teremos um pouco de inflação e isso obriga um pouco o Banco Central na política monetária a ter que elevar os juros. Então a expectativa é de SELIC a 4% no fim do ano", detalhou.
Perfil
Paulo Caffarelli preside a Cielo desde novembro de 2018. É formado em Direito, possui mestrado em Economia e é pós-graduado em Comércio Exterior e em Comércio Internacional. Começou a carreira como menor aprendiz no Banco do Brasil e ficou na instituição por 37 anos. Foi presidente do BB entre maio de 2016 e outubro de 2018. Por lá, também passou por funções como vice-presidente de Cartões e Novos Negócios de Varejo e vice-presidente de Negócios de Atacado.
Caffarelli já foi diretor corporativo da CSN de 2015 a 2016, secretário-executivo do Ministério da Fazenda em 2014. É conselheiro da Suzano desde junho de 2020 e já integrou e conselhos de outras empresas, como Vale, Banco Votorantim e a própria Cielo.
A Cielo, empresa líder em pagamentos eletrônicos no Brasil fez 6,2 bilhões de transações em 2020 e movimentou R$ 644 bilhões em volume financeiro. Hoje tem mais de 1,4 milhão de clientes, desde empregadores individuais até grandes varejistas em todo o país. Segundo Caffarelli, as tecnologias da Cielo funcionam atualmente em todos os municípios brasileiros.
Poder em Foco
O Poder em Foco vai ao ar na madrugada deste domingo (11.abr) para segunda, 00h45, no SBT. É apresentado pela jornalista Roseann Kennedy que, semanalmente, recebe uma personalidade do ambiente do poder para tratar assuntos importantes da pauta nacional.
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