Crime
Tentativa de golpe contra idosos cresce 60% durante pandemia
Para fraudar e roubar, criminosos se aproveitam dos usuários, que passaram a ficar online por mais tempo durante o isolamento social
SBT Brasil
• Atualizado em
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Um levantamento da FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) revela que no período de quarentena, de março até agora, houve um aumento de 60% em tentativas de golpes financeiros contra idosos. Com o intenso uso dos meios digitais para atividades cotidianas, como compras em farmácias e supermercados, durante a pandemia do coronavírus, criminosos aproveitaram a oportunidade para praticar roubos e fraudes.
Segundo o estudo, 70% dos casos envolvem engenharia social, quando o cliente é induzido a informar os seus códigos e senhas para os estelionatários. Nesta semana, três pessoas foram presas em flagrante em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, por enganar idosos na porta de agências bancárias.
Segundo o estudo, 70% dos casos envolvem engenharia social, quando o cliente é induzido a informar os seus códigos e senhas para os estelionatários. Nesta semana, três pessoas foram presas em flagrante em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, por enganar idosos na porta de agências bancárias.
Combate
Na tentativa de combater as fraudes financeiras, a FEBRABAN está lançando uma campanha para informar e conscientizar sobre as tentativas de golpes financeiros, com o apoio da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, vinculada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e o Banco Central. A iniciativa contará com medidas para proteção e enfrentamento à violação de direitos das pessoas idosas.
"Os bancos investem R$ 2 bilhões por ano em segurança da informação para garantir tranquilidade e segurança a seus clientes e colaboradores e desenvolvem os mais modernos sistemas, tecnologias e ferramentas destinados a assegurar a autenticidade de transações e operações financeiras", afirma Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN.
"Entretanto, estamos intensificando nossas ações, pois quadrilhas se aproveitaram do aumento das transações digitais causado pelo isolamento social e da vulnerabilidade dos consumidores, em especial dos idosos, para aplicar golpes por meio da engenharia social, que consiste na manipulação psicológica do usuário para que ele lhe forneça informações confidenciais", acrescenta Sidney.
Um exemplo de ataque de engenharia social se dá quando o criminoso liga para a casa do cliente, diz ser do banco e pede para confirmar algumas informações, como dados pessoais e senhas. Ao fornecer informações pessoais e sigilosas, como a senha, o consumidor expõe sua conta bancária e seu patrimônio aos golpistas.
Há também casos em que o fraudador se apresenta como um "funcionário do banco" e pede para o cliente realizar uma transferência como um teste. Os bancos nunca ligam para clientes para realizar transações.
Golpes comuns
Durante o período de quarentena, as instituições financeiras chegaram a registrar aumento de mais de 80% nas tentativas de ataques de phishing - que se inicia por meio de recebimento de e-mails que carregam vírus ou links e que direcionam o usuário a sites falsos, que, normalmente, possuem remetentes desconhecidos ou falsos.
Outro golpe, que teve aumento de 65% durante a pandemia, foi o do falso motoboy. Nele, criminosos entram em contato com as vítimas se fazendo passar pelo banco para comunicar a realização de transações suspeitas com o cartão de crédito do cliente. Usando técnicas de engenharia social para obter dados, os golpistas informam que um motoboy será enviado para recolher o cartão supostamente clonado para que sejam feitas outras análises necessárias para o cancelamento das compras irregulares.
Para passar uma imagem de segurança, os criminosos orientam a vítima a cortar o cartão ao meio, para inutilizar a tarja magnética, antes de entregá-lo ao motoboy. No entanto, o chip permanece intacto, o que permite que a quadrilha faça compras com o cartão, ainda que o plástico esteja partido ao meio.
A campanha da Federação contará com mensagens de alerta como:
- O banco nunca liga para o cliente pedindo senha nem o número do cartão;
- O banco nunca vai mandar alguém para a casa do cliente para retirar o cartão;
- O banco nunca liga para pedir para realizar uma transferência ou qualquer tipo de pagamento;
- Ao receber uma ligação dizendo que o cartão foi clonado, o cliente deve desligar, pegar o número de telefone que está no cartão e ligar de outro telefone para tirar a limpo essa história;
- Recebeu um SMS ou e-mail do banco com um link? Apague e ligue para o seu gerente;
- Multiplique os cuidados e não passe sua senha a ninguém
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