Ex-GSI nega ter recebido alertas sobre riscos no 8/1, em CPI do DF
General Carlos Penteado, que foi nº 2 de Heleno e G. Dias, negou que houve facilitação para invasões na Praça dos Três Poderes
O número 2 do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República de Jair Bolsonaro (PL) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no início do governo, o general Carlos José Russo Assumpção Penteado, declarou nesta 2ª feira (4.set) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal que não recebeu relatórios de alerta sobre os riscos de invasão aos prédios dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro, e negou facilitação na entrada no Palácio do Planalto.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
"As imagens disponibilizadas mostram claramente que não houve nenhuma facilitação", declarou o ex-diretor-executivo do GSI. O número 2 do GSI afirmou aos deputados distritais que desconhece os alertas feitos ao órgão pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Penteado assumiu o cargo no governo Bolsonaro, em julho de 2021, como sub do general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI. Foi nomeado pelo Comando do Exército. Com Lula, ficou no cargo como subordinado do general Marco Edson Gonçalves Dias, ex-chefe da área e também segurança particular do presidente, desde os primeiros mandatos.
Penteado falou em "falha de comunicação" sobre os alertas de riscos. "Todas as ações do GSI no dia 8 estão diretamente relacionadas à retenção, pelo ministro Gonçalves Dias, dos alertas produzidos pela Abin, que não foram disponibilizados oportunamente."
Na 5ª feira (31.ago), G. Dias foi ouvido na CPMI do 8/1 no Congresso e relatou ter recebido os alertas da Abin sobre os riscos de confusão nas manifestações de apoiadores do ex-presidente Bolsonaro. Segundo Penteado, o ex-chefe do GSI de Lula segurou os informes. "Se a coordenação de análise de risco tivesse tido acesso ao teor dos alertas encaminhados ao ministro G. Dias pelo diretor da Abin, Saulo Moura, teríamos impedido a invasão do Palácio do Planalto."
Segundo ele, às 14h50 do dia 8 ele soube que as barreiras que protegiam os prédios dos Três Poderes tinham sido rompidas. Para ele, as invasões "poderiam não ter acontecido".
"Se os alertas tivessem chegado aqueles que tinham condições de colocar em execução o Plano Escudo, isso teria sido efetivo. Infelizmente, estou sentado aqui porque isso não aconteceu."
Leia também:
+ Temporal deixa quatro mortos no Rio Grande do Sul
+ MP de Contas pede "devolução imediata" de presentes recebidos por Bolsonaro
+ Esposa de Kayky Brito atualiza estado de saúde do ator após cirurgia